Pesquisar
Close this search box.
eXistenZ (filme)
[seo_header]
[seo_footer]

eXistenZ

Avaliação:
8/10

8/10

clique no botão abaixo para ouvir o texto

Crítica | Ficha técnica

eXistenZ traz o mundo dos games visto pelas distorcidas lentes de David Cronenberg.

Exemplo gritante de seu body horror, eXistenZ vislumbra uma terrível evolução da tecnologia dos jogos. Em seu futuro distópico, os consoles são feitos com répteis modificados geneticamente e se conectam com o corpo humano através de uma espécie de cordão umbilical. Portanto, para jogar, você precisa furar suas costas na altura da cintura para que esse cabo seja introduzido. A referência sexual é evidente, e quase explícita em algumas cenas, como quando o protagonista Ted Pikul (Jude Law) é furado e penetrado pela primeira vez. Produzido no final dos anos 1990, eXistenZ também apresenta uma metáfora da AIDS, pois no filme é necessário estar desinfectado para poder jogar.

Mas, o que movimenta a narrativa é o confronto entre a grande empresa que produz o jogo eXistenZ e os revolucionários que desejam reestabelecer o realismo na sociedade. Além disso, há, também, uma guerra entre corporações. Dessa forma, o filme abre as portas para uma discussão que não só continua atual, como se tornou mais preocupante. Ou seja, o problema de o mundo virtual se tornar mais importante que o real. eXistenZ, inclusive, antecipa a tecnologia VR, a realidade virtual, pois os jogadores no filme não conseguem mais distinguir se estão num jogo ou não.

O fim do body horror

David Cronenberg vinha realizando filmes com body horror desde Calafrios (Shivers, 1975). E, de forma recorrente. A ideia da abertura do corpo do personagem de James Woods em Videodrome: A Síndrome do Vídeo (Videodrome, 1983) se assemelha bastante com a perfuração em eXistenZ, ambos conectando a tecnologia em evidência (VHS e game) ao corpo humano. Além disso, como de costume na obra de Cronenberg, a metáfora sexual serve de inspiração imagética. Com isso, nos provoca ao criar momentos de sensualidade dentro desse universo estranho.

Por outro lado, aqui Cronenberg extravasa seu desejo pelo gore, deleitando-se com as possibilidades abertas pelos animais mutantes usados como produtos. Por exemplo, a bizarra arma feita de ossos e carne, com dentes servindo de balas, que Ted Pikul monta na mesa do restaurante.

Porém, eXistenZ esgota a criatividade doentia de Cronenberg, sendo o último longa de body horror de sua carreira até agora. Parou com essa tendência quando estava no ápice, pois nenhuma de suas obras desse gênero é descartável. Depois, continuou intenso, mas com outra pegada.


eXistenZ (filme)
eXistenZ (filme)
Compartilhe esse texto:

Críticas novas:

Rolar para o topo