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Fellini Oito e Meio

Avaliação:
7/10

7/10

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Crítica | Ficha técnica

Fellini Oito e Meio é venerado pelos amantes dos típicos filmes deste cineasta italiano. Mas como o público em geral o percebe?

Afinal, Fellini leva para as telas personagens exagerados, como os desenhos que ele produzia como caricaturista. Alguns carregam o exagero nos traços físicos, como as proporções generosas da prostituta Saraghina, outros na personalidade, como na insistência da atriz em conseguir um papel no novo filme do protagonista Guido Anselmi, interpretado por Marcello Mastroianni.

O personagem Guido é semiautobiográfico ao retratar o bloqueio criativo que sofre como diretor de cinema de um novo filme que já entrou em produção. Toda a equipe exige dele detalhes sobre o novo projeto, mas ele se esquiva em dar as respostas. A imprensa desconfia que ele está ocultando informações para não estragar as surpresas da obra, porém, a realidade é que ele não consegue escrever o seu roteiro. O desespero de Guido aumenta quando o produtor apresenta uma enorme construção que abrigará a nave especial do novo filme. E ele já não tem mais certeza se realmente fará uma ficção científica.

Criatividade sem freios

Na porção não autobiográfica de Fellini Oito e Meio, Guido enfrenta uma crise conjugal. Por ter traído e continuar traindo sua esposa Luisa (Anouik Aimée), ela está se distanciando dele. Enquanto isso, antigas amantes e novas pretendentes continuam a assediá-lo. Esse conflito dará vazão a uma longa sequência de sonho, onde todas essas mulheres o cercam.

Muitos devaneios o levarão de volta à sua infância, e resultarão numa grande roda onde os personagens se dão a mão. A sensação de liberdade dessa sequência poética é o reflexo de sua corajosa decisão de desistir do filme.

Em Fellini Oito e Meio, a criatividade sem freios do diretor embala o seu estilo único de filmar, aquele conta sua estória de maneira nada ortodoxa, mergulhando na fantasia e nas alegorias para carregar a narrativa. Demanda do espectador uma abstração equivalente para entrar neste mundo para compreender o enredo, inclusive para superar o incômodo da dublagem dos personagens, pois Fellini costumava filmar sem ter todos os diálogos prontos, e muitas vezes os atores não estão nem falando palavras, apenas mexendo a boca.

Sem esse envolvimento poético por parte do espectador, Fellini Oito e Meio não faz sentido nenhum.


Fellini Oito e Meio (filme)
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