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Poster do filme "Fernanda Young: Foge-me ao Controle"
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Fernanda Young: Foge-me ao Controle

Avaliação:
7,5/10

7,5/10

Crítica | Ficha técnica

O documentário Fernanda Young: Foge-me ao Controle capta a forma e a essência dessa artista multifacetada. Fosse ele uma cinebiografia clássica, começando na infância e passando pelos eventos da sua vida até a morte em 2019, aos 49, o retrato não soaria autêntico. Afinal, como a própria Fernanda Young declara no filme, seu pensamento não é linear.

Assim, a diretora Susanna Lira acerta ao preferir o formato de um filme poesia. Fernanda Young nunca dirigiu um filme, mas assina o roteiro de longas e seriados (Os Normais, Shippados, entre outros). Se tivesse dirigido, provavelmente optaria por essa abordagem caótica, sem regras.

Ao utilizar a poesia como instrumento narrativo principal, este documentário homenageia, ou melhor, repara uma das broncas de Fernanda Young. Em um de seus vários depoimentos ao longo do filme, ela manifesta sua revolta por não ser respeitada como escritora, apesar de ter publicado 15 livros. Seja por sua aparência (longe do padrão dos intelectuais), ou por seu sucesso em outras artes, a classe literária nunca a abraçou.

Disléxica, enfrentou dificuldades nos estudos. Não nasceu com os dotes para ser escritora, mas sua rebeldia não aceitaria nenhum obstáculo pré-determinado. Derrubou-os todos com sua agressividade, expressa no tom de sua voz, no seu visual punk, na sua nudez. Assumiu várias aparências, sempre como mensageiras do que sentia internamente.

Quem é Fernanda Young?

Fernanda Young: Foge-me ao Controle percorre todas as suas facetas. A leitura das suas poesias inspira as imagens que a tela exibe. Muitas delas trazem filmagens da própria Fernanda com figurinos e maquiagens diversos, produzidas para alguma finalidade específica ou apenas para extravasar seus sentimentos – o documentário não quer perder tempo com essas explicações racionais. Misturam-se com cenas de filmes antigos e outros materiais diversos, com o intuito de confundir quais deles trazem Fernanda Young. A cena da praia, no fim do filme, por exemplo, parece filme do início do século 20.

O filme demanda que o espectador mergulhe nas poesias que Fernanda Young escreveu e que ganham narração com ilustrações que beiram o cinema experimental. Sem esse mergulho, não se capta a essência da mulher que nunca se desconectou da artista. Aquele que permanecer na superfície, ainda assim, conhecerá a vida da retratada, pois os fatos também se encontram ali, no meio de toda a arte.

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Ficha técnica:

Fernanda Young: Foge-me ao Controle | 2024 | 87 min | Direção: Susanna Lira.

O documentário Fernanda Young: Foge-me ao Controle está na programação da 29ª edição do festival É Tudo Verdade.

Close de Fernanda Young.
Cena do filme "Fernanda Young: Foge-me ao Controle"
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