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Flores do Cárcere (filme)
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Flores do Cárcere

Avaliação:
7/10

7/10

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Crítica | Ficha técnica

O documentário Flores do Cárcere se baseia no livro de Flavia Ribeiro de Castro. Através do filme, os diretores Bárbara Cunha e Paulo Caldas resgatam as histórias das seis ex-detentas da Cadeia Feminina de Santos (SP).

O longa registra o emocionado retorno delas ao local, hoje abandonado. E contrapõe depoimentos atuais, na antiga prisão e nos seus ambientes atuais, com imagens colhidas pela autora do livro em seu projeto realizado em 2005. Assim, parte da riqueza de Flores do Cárcere repousa na capacidade de levar para as telas as personagens enquanto detentas e, posteriormente, em liberdade.

A direção

Bárbara Cunha e Paulo Caldas constroem esse documentário com uma montagem recortada que resulta num ritmo ágil. Adicionalmente, a comunicação via imagem é valorizada. Por exemplo, em sua abertura, um drone passeia pela paisagem urbana e praiana de Santos até localizar o antigo prédio da casa de detenção. Observando do alto, temos o plano que tradicionalmente no cinema indica a visão de um ser superior julgando o que vê. E, essa metáfora, proposital ou não, faz todo o sentido nesse caso. Afinal, as detentas, mesmo na condição de ex-detentas, são vítimas de preconceitos, como elas próprias aqui afirmam.

Além disso, Flores do Cárcere traz também outros planos com forte apelo dramático. Nas cenas iniciais, as personagens retornam ao local onde cumpriram pena em planos onde elas parecem novamente aprisionadas, filmadas entre paredes ou com a câmera por trás das grades. Então, na cena final, após os relatos das dificuldades para retomar uma nova vida após saírem da prisão, vemos uma delas se divertindo em uma montanha-russa, brinquedo que reflete esses altos e baixos que passaram.

Por outro lado, o filme nos deixa a impressão de que elas enfrentaram esse duro caminho sozinhas. A maioria delas não contou com o apoio da família ou de amigos. Da mesma forma, não vemos amizade entre elas. Por isso, todas são filmadas sozinhas em seus novos depoimentos, e praticamente nunca juntas.

Apelo dramático

Sob outro aspecto, Flores do Cárcere nos surpreende quando apresenta a primeira inserção antiga, de 2005. E, sem explicar do que se trata, cria um suspense, uma dúvida sobre como essas filmagens foram capturadas anteriormente. De fato, essa incerteza poderia até ter rendido uma cena de revelação emocional, que o filme prefere não aproveitar. Assim, são as cartelas antes dos créditos finais que informam que as imagens faziam parte do trabalho da autora do livro.

Mesmo assim, ao conhecermos a intenção do projeto inicial de 2005, fica a grata percepção de que ele, de alguma forma, impactou positivamente no destino de seus personagens. Afinal, Mel, Xakila, Dani, Charlene, Rosa e Ana Pérola buscam com otimismo uma vida melhor após sofrerem anos de cárcere.


Flores do Cárcere (filme)
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