Fruto do Paraíso, terceiro longa-metragem de Vera Chytilová, é um filme experimental com base na estória de Adão e Eva.
A sequência inicial é radicalmente experimental. Ou seja, é composto de pinturas, em montagens picotadas, com diferentes atores interpretando Adão e Eva, num Jardim do Éden feito de colagens.
Após essa abertura, fixam-se os atores que interpretam os protagonistas e a estória começa a partir do momento em que Eva come a maçã. E, tanto ela como Adão passam a sentir a compulsão por pecar. Por um lado, Eva fica obcecada por um sedutor homem de vermelho, Robert, que atrai todas as mulheres que conhece. Adicionalmente, ela também cria um desejo por um bolsa, também vermelha. Enquanto isso, Adão trai Eva com outra mulher.
Então, quando Eva consegue abrir a bolsa, ela encontra lá dentro um carimbo com o número 6. Logo, descobre que existe um serial killer que deixa o “6” marcado na testa das vítimas. Com isso, fica a sugestão de que Robert simboliza o mal, o diabo sedutor que encanta suas presas e as mata.
Pelo menos, isso se encaixa com a música e os efeitos sonoros que se repetem durante todo o filme e causam uma estranheza assustadora. Nesse sentido, o filme se aproxima do gênero terror, apesar de não haver violência nele.
Mas, Fruto do Paraíso é uma grande fantasia, e, por isso, pode gerar diferentes interpretações. Talvez essa ideia funcionasse bem num curta-metragem, mas com quase 100 minutos de duração, se torna uma experiência cansativa.
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Ficha técnica:
Fruto do Paraíso (Ovoce stromu rajských jíme) 1970. Tchecoslováquia/Bélgica. 99 min. Dierção: Vera Chytilová. Roteiro: Vera Chytilová, Ester Krumbachová. Elenco: Jitka Nováková, Karel Novak, Jan Schmid.
