Fúria de Titãs 2 (Wrath of the Titans) apresenta uma efetiva melhora nos efeitos visuais em relação ao seu predecessor. Mas, em contrapartida, peca na direção desastrada de Jonathan Liebesman, que substitui a Louis Leterrier.
Fúria de Titãs (Clash of Titans, 2010) tinha a intenção de valorizar a modernização dos efeitos visuais em relação ao stop motion do filme homônimo lançado em 1981. Por isso, sobrecarregou na computação gráfica, trazendo cenários que pareciam animação. E, pior ainda, desfigurava os rostos dos personagens que eram deuses. Com isso, desperdiçava a presença de atores do porte de Liam Neeson (Zeus) e Ralph Fiennes (Hades).
Essa sequência remedia esse problema. Agora, reconhecemos as faces dos atores e podemos, enfim, apreciarmos suas expressões. Da mesma forma, os cenários agora contam com o incremento da CGI, não sendo mais atrapalhados por ela. E, nesse quesito, se destaca a cena do labirinto que se modifica enquanto os heróis tentam atravessá-lo.
Já o enredo, mais uma vez, se apropria da mitologia grega para criar uma aventura empolgante. Zeus é traído por Ares (Edgar Ramírez), que se une a Hades para despertarem o gigante Cronos. Então, Perseu (Sam Worthington) busca ajuda de Agenor (Toby Kebbell) para tentarem libertar Zeus, aprisionado no Tártaro, o maior dos infernos. Quem ajuda a dupla de heróis é a rainha Andromeda (Rosamund Pike). A trama ainda arruma espaço para a presença do Minotauro, da Quimera, e de Ciclopes. E, vale dizer, em meio à tensão dessa aventura, Agenor funciona como alívio cômico.
Direção desastrada
Mas Jonathan Liebesman é um diretor muito fraco. Entre seus filmes anteriores, estão os pouco empolgantes O Massacre da Serra Elétrica: O Início (The Texas Chainsaw Massacre: The Beginning, 2006) e Invasão do Mundo: Batalha de Los Angeles (Battle: Los Angeles, 2011). Por causa dele, o filme está repleto de tomadas com a câmera perdida, ora fazendo um estilingue desnecessário entre um mapa e o personagem que olha para ela, ora se movimentando sem direção nas cenas de combates. O clímax do duelo final, então, não é nada empolgante. Os soldados de Andromeda atiram inúteis flechas contra os seres monstruosos do Tártaro, enquanto Zeus e Hade lançam raios de energia contra o gigantesco (e muito lento) Cronos. Eis que surge Perseu, montado em Pégasus, seu cavalo alado, para derrotar o monstro com frustrante facilidade.
Assim, entre o que está melhor e o que ficou pior, Fúria de Titãs 2 se mantém apenas um pouco acima da média, tal como o primeiro filme.
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Ficha técnica:
Fúria de Titãs 2 | Wrath of the Titans | 2012 | 99 min | EUA, Espanha | Direção: Jonathan Liebesman | Roteiro: Dan Mazeau, David Leslie Johnson | Elenco: Sam Worthington, Liam Neeson, Rosamund Pike, Ralph Fiennes, Edgar Ramírez, Toby Kebbell, Bill Nighy, Danny Huston, John Bell, Lily James, Alejandro Naranjo, Kathryn Carpenter.