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Greyhound: Na Mira do Inimigo (filme)
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Greyhound: Na Mira do Inimigo

Avaliação:
6.5/10

6.5/10

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Crítica | Ficha técnica

Os filmes que se passam a bordo de um navio ou um submarino representam um desafio enorme para seus realizadores. É preciso talento para filmar as cenas de ação sem que elas pareçam artificiais, e empolgar os espectadores com embates majoritariamente acompanhados através de instrumentos como o radar; e não emboscadas em trincheiras e voos aéreos espetaculares em produções de guerra em terra ou ar. Greyhound: Na Mira do Inimigo consegue, em sua maior parte, superar esse desafio, mesmo trazendo esses inevitáveis trechos de tensão construídos com base em instrumentos navais.

Tom Hanks é o grande nome dessa produção. Sua atuação como o protagonista, o Capitão Krause, garante a credibilidade das cenas de ação quando não há ainda nenhum combate, bem como dos picos dramáticos. Além disso, Hanks assina a autoria do roteiro, que ele adapta do livro “The Good Shepherd”, de C.S. Forrester, cuja obra já chegou às telas em outras ocasiões – por exemplo, no ótimo Uma Aventura na África (The African Queen, 1951), de John Huston.

O bom pastor

O título do livro ressalta a força deste filme de guerra: o seu protagonista. O Capitão Krause se distingue por ser muito religioso, daí o paralelo com sua missão. Ele comanda o navio de guerra Greyhound, o maior entre aqueles designados pelos Estados Unidos para escoltar navios de carga que transportam combustível e outros produtos para ajudar a Grã-Bretanha na Segunda Guerra Mundial. Em outras palavras, Krause age como um pastor que conduz o seu rebanho, cabendo aí a metáfora cristã.

A trama consegue ir além dos simples combates justamente por aprofundar esse personagem principal. Por isso, um flashback revela seu último encontro antes da missão com sua amada Evelyn (Elisabeth Shue, em breve participação). Ao pedí-la em casamento, Krause recebe como resposta que ela prefere esperar pelo fim da guerra. Nas entrelinhas, o capitão capta o racional: ela não quer correr o risco de ficar viúva. De fato, como o filme mostrará, a travessia do Oceano Atlântico trazia alta probabilidade de afundar o Greyhound, e as demais embarcações do comboio.

Aliás, essa falibilidade da missão, e do próprio protagonista, resulta na humanização e na credibilidade dessa história inspirada por eventos reais. O Capitão Krause precisa tomar decisões difíceis durante o trajeto. Por exemplo, ele deve perder tempo resgatando os sobreviventes de um navio afundado ou partir o mais rápido possível para defesa dos demais barcos? E, nem tudo dá certo, o que provoca duros momentos para sua reflexão. Além disso, os demais tripulantes começam a duvidar de sua capacidade. Humano, ele sente frio e calça chinelos por causa das dores nos pés, sente fome, mas não tem tempo para comer. Enfim, o herói desta aventura tem falhas, e por isso o filme se destaca de outros do gênero.

Direção

Além do roteiro, a direção de Aaron Schneider merece elogios. Como antes dissemos, o diretor precisa ter talento para superar a restrição física de se filmar dentro de um navio. Embora em um ou outro trecho acompanhemos com dificuldade a perseguição do submarino nazista através do radar e a troca de informações, as cenas de ação conseguem ser tensas. Os cortes são vários e alternam entre os personagens a bordo e tomadas externas das embarcações em alto-mar. Outro segredo do sucesso do filme é a personificação dos inimigos, cujos rostos nunca vemos.  Ela se dá através da voz do capitão nazista que ameaça e provoca através do rádio, e também pelo bem escolhido efeito sonoro que lembram os gritos de baleias para representar os submarinos alemães.

Um herói humanizado, papel perfeito para Tom Hanks, e vilões que assustam e irritam, constituem os principais elementos que tornam Greyhound: Na Mira do Inimigo um filme acima da média.


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