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I Comete - Um Verão Na Córsega (filme)
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I Comete – Um Verão Na Córsega

Avaliação:
4/10

4/10

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Crítica | Ficha técnica

O ator, roteirista e diretor Pascal Tagnati constrói um retrato multifacetado em I Comete – Um Verão Na Córsega, seu longa de estreia. Tagnati vive nessa ilha ao norte da Sicília que pertence à França, mas que possui seu dialeto próprio, como podemos ouvir em alguns trechos do filme.

Sem uma narrativa como fio condutor, I Comete – Um Verão Na Córsega apresenta uma colagem de cenas esparsas com diversos personagens. Há um ambiente agitado, porque o verão traz de volta alguns habitantes que se retiram durante o inverno. Por isso, a maior parte das sequências traz pessoas em grupo, com alguns poucos monólogos introspectivos.

O filme consegue captar a beleza natural da Córsega e o estado de espírito das crianças, adolescentes e adultos que vivem no local. O tom é variado, vai desde as brincadeiras e brigas infantis, passa pelo drama do envelhecimento, e até inclui uma relação entre dois amantes virtuais que serve de motivo para introduzir deslocadas cenas de masturbação explícita.

Afogando-se na superfície

A falta de uma história implica, também, na ausência de desenvolvimento dos personagens. São dezenas deles que entram e saem de cena, sem que consigamos nos aproximar de nenhum. As situações diversas soam desconexas, e não melhoram à medida que o filme avança. Aliás, a superficialidade se torna cada vez mais irritante, descambando num personagem cantando sozinho numa cachoeira.

Enfim, Pascal Tagnati simplesmente leva para as telas a vida ordinária dos habitantes da ilha. Mas, se esquece do espectador, que fica a ver situações que não levam a lugar algum. O próprio diretor, em entrevista para o site Cineuropa afirma:

“Minha intenção era simplesmente colocar esses mini-problemas do dia-a-dia e fazê-los ressoar, mas sem ir longe demais porque não há necessidade. Os personagens não estão lá para explicar aos outros o que já aconteceu. Eles não vão olhar para trás sobre a origem de um problema cada vez que eles falam sobre isso, apenas para ajudar a compreensão das pessoas. É como uma família que está sentada para a ceia de Natal, que tem muito a esconder e muitas coisas não ditas. Eles continuam normalmente, mas às vezes as coisas saem, alguém faz um pequeno comentário, mas eles continuam, até que haja uma observação demais… Meu papel era simplesmente mostrar que a vida aqui nem sempre é boa, que não é um “feriado córsico”.


I Comete - Um Verão Na Córsega (filme)
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