Interceptor (filme)
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Interceptor

Avaliação:
5.5/10

5.5/10

Crítica | Ficha técnica

Além das boas cenas de ação, Interceptor se destaca pela atualidade de seus temas em sua trama panfletária.

Surpreende saber que Interceptor é o filme de estreia do australiano Matthew Reilly, pois a direção é segura, principalmente nas várias cenas de ação. Os embates corpo-a-corpo apostam nas coreografias ensaiadas, o que é muito bem-vindo na produção contemporânea, diante da tendência de recorrer exageradamente à computação gráfica. Conta a favor, nesse quesito, a escolha da atriz Elsa Pataky (conhecida por fazer a Elena de Velozes & Furiosos, nas sequências 5 a 8) como a protagonista JJ Collins. Seu porte físico musculoso, que lembra Linda Hamilton em O Exterminador do Futuro 2 – O Julgamento Final (1991), garante a credibilidade ao enfrentar opositores masculinos. Aliás, por falar nos CGIs, estes entram nos disparos de mísseis nucleares e no surgimento do submarino, com resultados acima dos razoáveis.

Temas

Em relação aos temas, o filme é abertamente contra Donald Trump, e outros políticos radicais de direita. O vilão Alexander Kessel (Luke Bracey) abraça a posição xenofóbica e ultranacionalista do ex-presidente. Mas, ao invés de prometer erguer um muro na fronteira entre os EUA e o México, Kessel toma posse de mísseis nucleares russos para atacar as principais cidades norte-americanas. Assim, ele poderá começar uma “América nova”, sem os imigrantes que “deturparam os ideais originais”, segundo ele. Para isso, ele conta com aliados infiltrados; ou seja, os inimigos aqui não são os russos, mas americanos radicais. Um deles é um dos membros da base militar de interceptação de mísseis para onde Collins retorna. Esse personagem é quase caricato: com sotaque caipira bem carregado, ele defende a visão de Kessel e ainda é extremamente violento e sexista.

Aliás, o filme também levanta a bandeira no “metoo”, pois Collins denunciou um assédio sexual que sofreu e acabou sofrendo ostracismo por isso. Não é por acaso que a presidente dos EUA no filme é uma mulher. No entanto, não obstante a importância desses pontos, o filme acaba escorregando em uma cena, quando um personagem de origem indiana rebate a agressão de Kessel ofendendo-o com homofobia.

Ajuda no roteiro

Ainda novato, no roteiro o diretor Matthew Reilly conta com o apoio do experiente Stuart Beattie. Co-roteirista no filme, Beattie é o autor de Piratas do Caribe: A Maldição do Pérola Negra (2003) e Colateral (2004), entre outros. Assim, é bem provável que sua contribuição tenha ajudado a criar o roteiro acima da média de Interceptor, com suas mensagens atuais que sempre merecem reafirmação.  

Por fim, vale ainda acrescentar que, em meio à tensão do enredo, há um espaço para o alívio cômico. E quem o protagoniza é Chris Hemsworth, com o visual rechonchudo dos últimos filmes dos Vingadores. Hemsworth é produtor executivo desse agradável filme de ação – e marido de Elsa Pataky!

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Ficha técnica:

Interceptor | Interceptor | 2022 | Austrália, EUA | 1h39min | Direção: Matthew Reilly | Roteiro: Matthew Reilly, Stuart Beattie | Elenco: Elsa Pataky, Luke Bracey, Aaron Glenane, Mayen Mehta, Rhys Muldoon, Belinda Jombwe, Marcus Johnson, Colin Friels, Zoe Carides, Chris Hemsworth.

Distribuição: Netflix.

Onde assistir:
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