A série Irmandade se passa em 1994, quando uma advogada recém-formada descobre que seu irmão desaparecido está preso e resolve ajudá-lo. Porém, comete uma ilegalidade e é obrigada a ajudar um policial a se infiltrar para descobrir sobre uma facção criminosa que está sendo criada, tendo seu irmão como o principal líder. Com o tempo, os limites entre o certo e o errado se confundirão.
Com oito episódios de 50 minutos cada, Irmandade é visualmente atraente. Os diretores Pedro Morelli (criador da série), Aly Muritiba (de Ferrugem) e Gustavo Bonafé (de O Doutrinador) capricharam nas filmagens, utilizando locações convincentes, tons de cores marrons que combinam com o tema e planos que privilegiam a ação, beneficiados por uma decupagem pensada com essa intenção.
Personagens
Contudo, Irmandade sofre com seus personagens. A protagonista Cristina (Naruna Costa) nunca conquista a empatia do público, primeiro porque logo lança mão de um recurso ilegal para tentar ajudar o irmão. Depois, ao longo da série, não se evidencia qual o verdadeiro caráter de Cristina, pois ela comete algumas atrocidades que dificultam que o espectador torça por ela.
Em sentido contrário, o irmão dela, Edison, e sua namorada Darlene apresentam uma unidimensionalidade exagerada. Ambos são o diabo em pessoa, até mesmo na atuação de Seu Jorge e Hermila Guedes, que sempre portam uma forçada cara de mal. O melhor personagem é Ivan (Lee Tayor), um bandido com princípios que tenta se livrar da criminalidade, mas não consegue.
O roteiro comete alguns deslizes, como o apressado romance entre Cristina e Ivan, pouco provável, e a vinculação do plano de fuga dos detentos com a imprevisível chegada da seleção brasileira à final da Copa do Mundo da FIFA.
Assim, Irmandade possui méritos em sua produção, mas uma série não se sustenta sem a empatia do público pelos seus personagens principais.
