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Poster do filme "Jogos Mortais III"
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Jogos Mortais III

Avaliação:
5/10

5/10

Crítica | Ficha técnica

A saúde de John Kramer (Tobin Bell), o vilão Jigsaw, gradativamente se deteriora juntamente com as sequências da franquia. Este Jogos Mortais III (Saw III) apela ao escatológico para tentar sustentar seu enredo sem imaginação.

A questão mais importante da nova sequência se encontra na revelação de que Kramer escolheu uma sucessora sem escrúpulos. Isso, claro, dentro da ótica desse psicopata que tortura suas vítimas, mas, segundo sua moral distorcida, não mata ninguém, apenas dá a escolha para elas optarem entre fazer algo terrível ou morrer. O problema é que sua pupila, Amanda (Shawnee Smith), que é quem bola os jogos neste filme, não respeita as regras que ela mesmo cria. Ou seja, mesmo que a vítima complete o desafio, ela morre.

Com isso, quebra-se a sustentação do conceito da franquia. Afinal, até agora, a cobaia dos experimentos do Jigsaw poderia sair viva, mediante um sacrifício gigante. A própria Amanda é uma dessas sobreviventes. Porém, se o público já sabe que a morte é inevitável, os jogos se transformam numa prática de sadismo. Além disso, o público perde a emoção de imaginar o que faria no lugar da vítima.

Duas narrativas paralelas

Na verdade, Jogos Mortais 3 desenvolve duas linhas narrativas paralelas que se encontram na conclusão. Numa delas, Amanda sequestra a médica Lynn (Bahar Soomekh) para operar o tumor no cérebro de John Kramer. Enquanto isso, a discípula de Jigsaw testa um pai inconformado com a sentença leve que recebeu o motorista que atropelou o seu filho. A cada etapa desse jogo, ele encontra uma pessoa que contribuiu para atenuar a pena, e tem a chance de perdoá-la ou executar sua vingança.

Por essa sinopse, já dá para desconfiar que essa trama do pai não vai empolgar muito. E, de fato, é o que acontece, ainda mais porque o desafio é sabotado pela cruel Amanda.

Quanto à cirurgia de Kramer, realizada em ambiente e com instrumentos inadequados, ao invés de provocar suspense, se torna pretexto para abalar o espectador com os detalhes da operação do cérebro, feita sem anestesia, com uma serra e uma furadeira não-hospitalares.

Pior que isso, Jogos Mortais III soa apelativo demais ao mostrar repetidamente as entranhas de um cadáver, fugindo do subgênero torture porn que marca a franquia. Mais grave ainda é explorar o escatológico na nojenta cena de porcos em putrefação moídos e lançados sobre uma vítima. Nesse ponto, cai na mesma vala do abominável Faces da Morte (Faces of Death, 1978), um pseudodocumentário que registra vários tipos de morte.

Direção complicada

Na direção, Darren Lynn Bousman deixa de recorrer às estilingadas da câmera e aos planos curtíssimos na montagem. Em vez disso, usa muito os flashes, tanto para enfatizar algum detalhe de violência extrema (o que funciona bem), como para desnecessárias explicações em flashback que indicam que o diretor não confia na capacidade do espectador. Erro grave para uma franquia que encantou por desafiar o público. A surpresa final, aqui, é uma tolice, e envolve desvendar a relação entre as duas histórias paralelas.

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Ficha técnica:

Jogos Mortais III | Saw III | 2006 | 108 min | Canadá, EUA | Direção: Darren Lynn Bousman | Roteiro: Leigh Whannell | Elenco: Tobin Bell, Shawnee Smith, Angus Macfadyen, Bahar Soomekh, Donnie Wahlberg, Dina Meyer, Leigh Whannell, Mpho Koaho, Barry Flatman.

Onde assistir:
Cena do filme "Jogos Mortais III"
Cena do filme "Jogos Mortais III"
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