Pesquisar
Close this search box.
Judy: Muito Além do Arco-Íris (filme)
[seo_header]
[seo_footer]

Judy: Muito Além do Arco-Íris

Avaliação:
8/10

8/10

clique no botão abaixo para ouvir o texto

Crítica | Ficha técnica

A história de Judy Garland contada em Judy: Muito Além do Arco-Íris comprova o que já é de conhecimento público. Ou seja, que a exploraram como atriz infantil, e que ela teve uma morte precoce aos 47 anos alcóolatra e sem dinheiro.

No prólogo do filme, vemos o chefão da MGM, Louis B. Mayer, forçando a inexperiente Judy Garland, aos 17 anos no set de O Mágico de Oz, a aceitar todos os sacrifícios necessários para alcançar o sucesso. Essa sequência apresenta um close extremo no rosto da atriz, que nem cabe na tela. Dessa forma, transmite a incômoda pressão que ela sente diante do poderoso mogul.

Esse passado da atriz infantil retorna em outros momentos em Judy: Muito Além do Arco-Íris. Intercalados com a trama central que se passa em 1969, demonstram o que significou esse sacrifício. Judy não podia comer o que quisesse, nem dormir apropriadamente. De fato, uma empregada do estúdio a controlava. Dava-lhe pílulas para ela não sentir fome, nem sono durante o dia, e ainda pílulas para dormir à noite. As inserções dessas cenas, nos momentos corretos, criam uma ligação com as consequências desse tratamento em seu futuro.

O último ano

Como no filme Stan & Ollie, que relata o fim da carreira da dupla O Gordo e o Magro durante uma turnê pelo Reino Unido, a trama se concentra no último ano da vida de Judy Garland. Na época, estava com 47 anos e viajou para a Inglaterra para apresentações como cantora em Londres. Esse trabalho era uma necessidade, pois ela não conseguia mais trabalho para atuar ou cantar nos EUA.

Ainda talentosa, a quarentona Judy se esforçava para subir aos palcos em plena forma, mas as pílulas e as bebidas atrapalhavam sua performance. Então, logo o público inglês começa a considerá-la não confiável e fica cada vez mais difícil para ela poder trabalhar.

A atuação de Renée Zellweger surpreende. Nos acostumamos com a imagem dela como a Bridget Jones do cinema, loira e levemente acima do peso, romântica e sonhadora. No papel de Judy Garland, Renée impressiona com visual magérrimo e cabelos pretos curtos, atormentada com seus problemas financeiros e de saúde. Irreconhecível, nem lembramos que é Renée Zellweger que está nas telas. Por isso, ganhou o prêmio Golden Globe de melhor atriz em filme dramático, sendo ainda indicada ao Oscar de melhor atriz.

Judy: Muito Além do Arco-Íris compartilha a melancolia de Judy Garland com o espectador. Enfraquecida física e mentalmente, a atriz sabe que se dedicou demais à carreira quando jovem. Mas agora, na casa dos 40 anos, não lhe resta nada além da fama. Os flashbacks do passado revelam que ela se arrepende de suas decisões. Na verdade, até mesmo em relação ao colega ator Mickey Rooney, com quem ela recusou namorar quando eram jovens atores, porque ela preferiu dar mais importância à carreira.

Over the Rainbow

É impossível não ir às lágrimas na parte final do filme. No palco, ela apresenta “Over the Rainbow” como uma canção da esperança (“it´s about hope”, diz ela). Ela sente duramente cada sentença da música. E o espectador, diante da interpretação tocante de Renée Zellweger, acompanha a instantânea reflexão de Judy, consciente que o sonho da fama era apenas uma ilusão. Cabe aos fãs presentes dar o apoio final para convencê-la de que, apesar de tudo, valeu a pena.

Judy: Muito Além do Arco-Íris é uma das cinebiografias mais emocionantes que você vai assistir em sua vida. Além da atuação de Renée Zellweger, o roteiro acerta ao evitar o tradicional relato cronológico e usar os flashbacks apenas para apontar as causas dos problemas que o personagem retratado enfrenta na trama atual.

Não importa se você só conhece Judy Garland como a Dorothy de O Mágico de Oz. A história de Judy: Muito Além do Arco-Íris é universal. Em suma, é um retrato verdadeiro da fábula de vender a alma ao diabo em troca da fama.

 

Judy: Muito Além do Arco-Íris (filme)
Judy: Muito Além do Arco-Íris (filme)
Compartilhe esse texto:

Críticas novas:

Rolar para o topo