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Jungle Cruise (filme)
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Jungle Cruise

Avaliação:
8/10

8/10

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Crítica | Ficha técnica

Soa estranho, mas o filme Jungle Cruise se inspira numa das atrações do parque de diversões da Disney. Mas, na verdade, isso até já aconteceu antes, com Mansão Mal-Assombrada (2003) e Piratas do Caribe: A Maldição do Pérola Negra (2003). Por isso, não se espante caso, ao assistí-lo, se sinta como numa volta numa montanha-russa.

Jungle Cruise começa bem, com uma versão instrumental da música “Nothing Else Matters”, do Metallica, adaptada por James Newton Howard para o filme. Enquanto ela toca, conhecemos a maldição (fictícia) sobre o (real) explorador espanhol Aguirre, durante a época da colonização, na Amazônia. Segundo essa lenda, ele traiu a confiança de índios que tinham salvado sua vida com uma flor que dava imortalidade. Esse personagem existiu de verdade, mas ele procurava, de fato, a cidade de El Dorado. O filme Aguirre, a Cólera dos Deuses (1972), de Werner Herzog, conta sua sangrenta história.

A aventura

A aventura em si se inicia em Londres, no período de entreguerras. Já misturando humor e ação num ritmo acelerado, vemos a astuta Lily Houghton (Emily Blunt) roubar uma pétala de pedra que é a chave para despertar aquela árvore da imortalidade. Então, junto com o seu irmão almofadinha MacGregor (Jack Whitehall), ela parte para Porto Velho, a capital de Rondônia. Ela contrata o guia Frank Wolff (Dwayne Johnson) para levá-los em seu barco pelo Rio Madeira até o local da lenda. Mas, eles são perseguidos pelo Príncipe Joaquim (Jesse Plemons), que deseja usar o poder da imortalidade como arma de guerra.

A ação é recorrente no filme, pois Lily e sua turma enfrentam, além do Príncipe fortemente armado, as impiedosas forças da natureza e, por fim, os amaldiçoados Aguirre e seus homens. Estes despertam devido a uma pouco convincente parceria com o Príncipe, e são nojentas criaturas misturadas com cobras e insetos.

Bandeiras

Por outro lado, Jungle Cruise levanta algumas bandeiras contra discriminação. Primeiro, por colocar uma protagonista mulher que, intencionalmente, rompe com o machismo da época. Nesse sentido, o fato de ela vestir calças gera uma piada constante, e por causa delas Frank a apelida de “Calças”. Mas, acima de tudo, Lily tem uma atitude nada submissa. Aliás, ela tem como contraponto direto o seu irmão, que assume mais características femininas que ela. Ele é o gancho para o filme apontar o quanto os gays sofriam naquela época.

Referências

Além da atração do parque da Disney, há outras referências claras em Jungle Cruise. Uma delas é o clássico Uma Aventura na África (1951), dirigido por John Huston, e estrelado por Katharine Hepburn e Humphrey Bogart. Não é só a jornada pelo rio que aproxima esses dois filmes, mas também o figurino de Dwayne Johnson, praticamente o mesmo de Bogart.

Já os amaldiçoados espanhóis que ganham aparência monstruosa possuem um mau gosto similar aos seres da franquia Piratas do Caribe. A mistura de répteis e insetos aos corpos humanos dão um tom de nojeira que não se encaixa nessa aventura Disney.

Por fim, a astúcia, a coragem, a malandragem e a habilidade de Indiana Jones estão divididas entre os dois protagonistas Lily e Frank. Ademais, de Os Caçadores da Arca Perdida (1981) ainda notamos o rival alemão e o sobrenatural como pontos em comum.

Direção e elenco

A ótima atriz Emily Blunt encarna com força essa protagonista destemida, e Dwayne Johnson está à vontade num papel similar a outros de sua carreira. Só não funciona a química romântica entre os dois. Mais por conta do The Rock, que ainda não convenceu em cenas desse gênero.

O diretor Jaume Collet-Serra despontou no terror e se tornou um craque em filmes de ação. Já fez três filmes com Liam Neeson, e, também, Águas Rasas (2016), com Blake Lively. Realiza um trabalho muito fluído em Jungle Cruise, mas exagera no uso de efeitos 3D. A todo momento vemos algo apontando para a câmera, desviando a atenção.

Em suma, Jungle Cruise faz jus ao seu orçamento de alto nível. É uma produção Disney que teria feito muito mais sucesso, se a pandemia não tivesse prejudicado seu lançamento.


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