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Poster do filme "Kali: Anjo Vingador"
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Kali: Anjo Vingador

Avaliação:
6/10

6/10

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Crítica | Ficha técnica

A produção francesa Kali: Anjo Vingador possui um atrativo especial para o público brasileiro, pois a sua trama se passa no Brasil e as filmagens aconteceram no Rio de Janeiro. Já adiantando para os vigilantes de plantão, o maior erro que os estrangeiros cometem nesse filme, provavelmente, é dizer que Belém está a algumas horas do Rio (de carro!).  

Talvez seja o melhor longa do cineasta Julien Seri, que nos últimos anos tem se dedicado à direção de episódios de séries. Logo na abertura, Seri usa bem a montagem paralela de uma sessão de terapia de Lisa (Sabrina Ouazani), que tenta superar a morte do filho por câncer, com a corrida do seu marido Eric nas ruas do Rio. Justamente quando Lisa esboça alegria pela expectativa do retorno do cônjuge, os perseguidores o matam a metralhadas. As investigações iniciais indicam que Eric estava envolvido com o tráfico e sua morte foi um acerto de contas. Inconformada, Lisa vem ao Brasil para descobrir a verdade (e se vingar dos assassinos).

Logo, ela descobre que Eric, agente das Forças Especiais, desvendara um esquema de tráfico de medicamentos falsificados de uma megacorporação e, por isso, o assassinaram. Lisa, então, recorre às suas habilidades de ex-agente para descobrir passo-a-passo como funcionava esse esquema. Lidando com um criminoso mais poderoso que o outro, ela obtém as informações necessárias e ainda elimina cada um deles com surpreendentes doses de sadismo.

As cenas de ação, seguindo esse enredo, são muitas. E bem filmadas, tendo em conta que a maior parte são trocas de tiros, ou emboscadas com parte da ação em elipse, explosões, e poucas lutas. Nesse quesito, o filme se garante.

Final frustrante

Contudo, o enredo entra em parafuso na parte final. Primeiro, ao forçar que os empregados da fábrica de remédios fajutos são moradores escravizados. Com isso, a heroína ganha a oportunidade de ser também uma libertadora dessas pessoas oprimidas – quem sabe para amaciar essa personagem que estava durona demais.

Segundo, porque tenta acrescentar uma característica diferenciada na heroína, caindo no misticismo – que não tem relação com o Brasil, mas com um amuleto dos povos originários da Colômbia (daí o apelido Kali da protagonista). Essa questão fica confusa quando uma curandeira do povoado escravizado no Pará retribui o feito de Lisa trazendo-a de volta da morte.  

Depois disso, a insatisfação com o filme aumenta na conclusão. Cai no clichê do vilão que não dá um tiro na heroína porque prefere enfrentá-la na faca, sem contar que a gravidez está mal explicada. E, por falar em clichês, Kali: Anjo Vingador se rende, duas vezes, ao cacoete de mostrar o personagem vomitando de nervoso. Aliás, recurso que nem combina com a frieza implacável com a qual ela executa os bandidos.

No geral, Kali: Anjo Vingador é eficiente como filme de ação, embora o roteiro tente sabotá-lo na parte final.

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Ficha técnica:

Kali: Anjo Vingador | Kali | 2024 | 96 min | França | Direção: Julien Seri | Roteiro: Julien Seri, Cyril Ferment, Pascal Sid | Elenco: Sabrina Ouazani, Olivia Côte, Philippe Bas, Thiago Fragoso, Mathieu Lardot, Thiago Thomé, Vinicius Cavaliere, Raquel Karro, Sophie Guedes, Emílio de Mello.

Onde assistir:
Cena do filme "Kali: Anjo Vingador"
Cena do filme "Kali: Anjo Vingador"
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