O filme Killa, através de sua trama que reúne drama, ação e romance, denuncia o preconceito e a exploração que sofrem os índios quíchuas no Equador.
Conforme conta sua trama, o quíchua Sayri registra algumas fotos que comprovam a violência do governo contra os indígenas dentro de sua terra. E como ele trabalha para um jornal, o destino dessas imagens é uma reportagem que sua namorada branca Alicia está escrevendo. Porém, a polícia o persegue para destruir esses registros.
Enquanto isso, Alicia se desentende com o seu pai, porque ele não aceita seu namoro com um quíchua. Juntamente com o racismo, ele ainda tem interesse nas terras dos índios. Afinal, é funcionário de alto escalão do governo, responsável por aprovar concessões para empresas estrangeiras em território indígena. Então, nesse sentido, Alicia se vê dividida entre acobertar o pai, ou publicar as fotos comprometedoras, seguindo seus deveres profissionais e agradando o namorado.
Por um lado, Killa é um filme ágil. De fato, com pouco mais de uma hora de duração, as ações se sucedem rapidamente. E, acima de tudo, o longa comprova que a exploração indígena e o racismo existem nos nossos vizinhos, tal como aqui. Nesse sentido, o filme tem sua relevância.
Porém, por outro lado, como experiência cinematográfica, Killa é insuficiente. Primeiramente, o aspecto visual é de vídeo digital, e não de cinema. Além disso, Alberto Muenala o dirige seguindo o manual – filma com competência, obedecendo o be-a-bá da gramática audiovisual, mas sem nenhuma originalidade. Juntamente com as atuações fraquíssimas, exceto por Sherman Cabascango no papel de Sayri, o resultado é um filme com cara de filme universitário. Ou seja, nunca consegue empolgar.
Por fim, caso queira assistir Killa por sua mensagem de denúncia, o filme está na programação do 15º Festival de Cinema Latino-Americano de São Paulo.
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Ficha técnica:
Killa (2017) Equador. 61 min. Direção/Roteiro: Alberto Muenala. Elenco: Sherman Cabascango, Marcela Camacho, Carlos Guerrón, Alejandro Cabascango.
foto: David S Guerrero – FRIDA MUENALA (divulgação)