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Laços de Ternura (filme)
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Laços de Ternura

Avaliação:
8/10

8/10

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Crítica | Ficha técnica

O melodrama “Laços de Ternura” se tornou um enorme sucesso de bilheteria na época de seu lançamento. Além disso, ainda arrebatou cinco prêmios no Oscar, nas principais categorias: filme, direção, atriz principal (Shirley MacLaine), ator coadjuvante (Jack Nicholson) e roteiro adaptado. E, ainda hoje, se diferencia por sua ousadia.

O filme mostra a relação entre a viúva Aurora (MacLaine) e sua filha Emma (Debra Winger, que também foi indicada ao Oscar de melhor atriz principal), desde o berço até o final da vida. Mas, concentra-se a partir da época em que Emma se casa com Flap (Jeff Daniels).  A vida de casada não é tranquila para Emma, e envolve adultérios dos dois cônjuges. Apesar disso, o casal tem, mesmo assim, três filhos. Enquanto isso, Aurora é cobiçada por vários pretendentes, e acaba cedendo ao pomposo vizinho mulherengo interpretado por Jack Nicholson. Mãe e filha compartilham os acontecimentos diariamente pelo telefone, o que não exclui as várias discussões. Até que Emma recebe uma trágica notícia sobre sua saúde.

Ousadia

“Laços de Ternura” atraiu o público pela ousadia com a qual quebrava alguns costumes da família tradicional. Primeiro, Aurora e Emma conversam como se fossem amigas e não como mãe e filha. Inexiste aquele respeito pela figura maternal e aquele cuidado carinhoso de mãe. Enquanto Aurora se resguarda sexualmente por anos após se torna viúva, Emma é fogosa e não desperdiça oportunidades para transar com seu marido. Aliás, mesmo quando está com um barrigão a poucos dias para dar à luz seu segundo filho. Por isso, quando descobre que Flap tem um caso, ela também o trai com um homem casado.

O filme mostra isso sem nenhum julgamento, e retrata o envolvimento sexual de Aurora com o vizinho garanhão também com naturalidade. No início dos anos 1980, a população média, e não aquela que empunhava a bandeira da revolução das duas décadas anteriores, ainda dava seus primeiros passos nessa transformação moral em relação ao sexo. Assim, o roteiro de James L. Brooks se destacou por sua originalidade nessa abordagem. O sexo, dessa vez, não era explorado nas telas, não há nudez nem cenas sensuais, como em vários outros filmes da época. Aqui, esse tema era tratado como parte integrante da vida cotidiana.

Elenco

As atuações são extraordinárias. Shirley MacLaine encarna a mulher cinquentona que ainda é bela, mas se sente fragilizada e insegura quanto à sua sexualidade. Enquanto isso, Jack Nicholson, num papel perfeito para sua personalidade, é o oposto. Ou seja, um solteirão mulherengo que se acha o máximo porque ficou famoso como astronauta.

Ademais, Debra Winger comprova seu talento, depois de ter explodido com seu filme anterior, o romance “A Força do Destino” (An Officer and a Gentleman, 1982), ao lado de Richard Gere. Além da beleza de morena com olhos claros, acentuada pela voz rouca sexy, ela encarna uma personagem forte, que não se deixa se submeter à mãe protetora ou ao marido infiel. É impossível não criar empatia com sua Emma, ainda mais quando, em seu momento mais desesperador, ela olha diretamente para a câmera, para dentro do espectador.


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