Legado Explosivo reúne as características de seu protagonista: honesto e competente.
Afinal de contas, o título do filme e a presença de Liam Neeson convidam o público a ir ao cinema esperando assistir a um filme policial com muita ação, tal qual foi visto na trilogia Busca Implacável. Igualmente estrelado pelo ator, Legado Explosivo não decepciona.
Desta vez, Liam Neeson está do outro lado da lei. Mas, mesmo assim, ele não é o vilão. Vamos então explicar: ele interpreta Tom Dolan, um ex-ladrão de bancos. Após conhecer e se apaixonar por Annie Wilkins, rle se aposenta dessa carreira desonesta. Porém, quando ele resolve se entregar, devolvendo o dinheiro em troca de uma pena menor, os verdadeiros vilões entram em cena. São eles os agentes do FBI John Nivens e Ramon Hall, que roubam a grana e, adicionalmente, ainda incriminam Tom Dolan pelo assassinato do chefe deles. Então, só resta a ele entrar em ação, usando sua expertise em explosões e sua experiência como fuzileiro naval.
A direção
Nesse sentido, o diretor Mark Williams, sem seu segundo filme, dosando perfeitamente as cenas de ação, para que não fique nenhum grande hiato somente com conversas ou com o desenrolar do romance de Tom e Annie. E, falando sobre os trechos mais agitados, aqui se troca as perseguições a pé, ou seja, os parkours, de Busca Implacável, por golpes rápidos e saques de armas, e fugas em carros. É o efeito da idade de Liam Neeson, já com 68 anos. Mas esse aspecto é bem trabalhado e não prejudica o filme.
Por outro lado, a idade permite um envolvimento romântico maduro do herói. De certa forma, isso acaba por tornar esse aspecto mais convincente na trama. Afinal, para o ex-ladrão abandonar sua vida e seus nove milhões de dólares que roubou, uma paixão juvenil não seria suficiente.
E outros aspectos constituem interessantes variações nesse roteiro que segue a fórmula do gênero. Um deles é o dilema de um dos agentes desonestos, atormentado ao ver que o desvio das provas levou a um assassinato. Em outras palavras, essa situação é uma alternativa do clichê “good cop/bad cop”. Outro ponto de destaque, nesse sentido, é a inclusão de um cachorro de estimação que acompanha Sean Meyers, um agente relapso do FBI que se transformará e será peça essencial para ajudar o mocinho da estória.
Em relação a este, o mocinho, cabe um senão: precisava ele seguir o clichê de ser um ex-fuzileiro?
Por fim, Legado Explosivo tem mais acertos que erros, e, certamente, agradará aos fãs do gênero.
