O filme Lizzie conta a história do hediondo crime acontecido em Massachusetts, nos Estados Unidos, em 1892, quando a jovem Lizzie Borden matou sua madrasta e seu pai com um machado.
O roteiro se inicia a partir da data do crime, quando Lizzie relata o que aconteceu em um interrogatório. O filme volta então seis meses, quando chega à casa dos Borden a nova criada, Bridget Sullivan (Kristen Stewart). Mas Bridget logo passa receber maltratos da dona da casa, a madrasta de Lizzie. Além disso, o pai de Lizzie passa a abusar dela sexualmente todas as noites. Como pai de Lizzie (Chloë Sevigny) despreza a filha e sempre briga com a madrasta, ela logo se aproxima de Bridget, de quem vira amiga e amante. Então, o duplo crime acontece e Lizzie passa a ser a principal suspeita.
A sequência inicial e a que se sucede ao crime quando o filme retoma a ordem cronológica dos fatos mostra Lizzie gritando ao encontrar o pai morto. Porém, somente na parte final, quando Bridget a visita na prisão, ficamos sabendo o que aconteceu realmente. É nesse momento que vemos na tela os violentos golpes a machadadas que ocasionaram as duas mortes.
Direção e elenco
O diretor Craig William Macneill optou por refletir no filme a frieza da assassina, que não se abala diante do crime, como acontece com a sua cúmplice Bridget. A gélida assassina completa todas as etapas de seu terrível plano meticulosamente, sem mostrar nenhum sentimento. Infelizmente, essa ausência de emoção drena toda a força do filme. Ao deixar as cenas desse crime atroz para o último instante, o suspense, ou pelo menos a surpresa, que esse segmento poderia gerar dá lugar a um simples relato de fatos.
Kristen Stewart já provou em Acima das Nuvens que é uma boa atriz. Mas aqui, não convence como uma pobre criada indefesa frente aos abusos do patrão. A atriz não consegue se despir de sua força natural que lhe serviu tão bem em outros papéis que interpretou. E a Chloë Sevigny lhe falta aquele tom de loucura que existia em Borden. Um elenco, portanto, que não funciona.
Na verdade, os fatos reais envolvendo Lizzie Borden, que no julgamento foi à época foi absolvida, são mais interessantes que esse filme sem emoção.
