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Lua Azul (filme)
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Lua Azul

Avaliação:
7/10

7/10

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Crítica | Ficha técnica

Lua Azul é o filme de estreia na direção da atriz romena Alina Grigore. Sua última atuação foi como protagonista do longa Ilegítimo (Ilegitim, 2016), cujo roteiro era de coautoria dela com o diretor Adrian Sitaru.

Os dois filmes dialogam entre si. Ilegítimo é mais ousado, e tem como um dos temas principais o incesto entre irmãos. Mas, Lua Azul também apresenta relações familiares conflituosas – no caso, violência e opressão moral motivadas por ideologias retrógadas e machistas.

As vítimas são as irmãs Irina e Viki. O pai delas saiu de casa para viver com outra mulher, e a mãe continua com elas, no interior, mas com uma presença insossa. Quem atua ativamente na vida delas é o vizinho e primo Liviu, que impõe com agressividade as práticas tradicionais da família, que, em suma, determinam que as mulheres fiquem em casa ajudando a família. Então, Irina sofre constantes boicotes aos seus planos de se mudar para uma cidade grande e estudar numa faculdade. Com 22 anos, criada para ser submissa, ela não consegue impor suas vontades, apesar de tentar.

Já a caçula Viki possui temperamento indomável. Logo no início do filme, nos surpreendemos com sua irascível atitude em relação ao pai que faz uma visita à família. Aos gritos e palavras do mais baixo calão, insulta e, praticamente, expulsa o pai que se sentava para o almoçar. Para Viki, ele é o culpado pelas irmãs estarem nessa situação ruim. Mais adiante, ela resolverá sua situação, mostrando coragem o suficiente para fugir de casa com o namorado.

Irina

A protagonista de Lua Azul, é Irina, e o filme acompanha alguns dias de sua vida, que são suficientes para demonstrar a sua imaturidade. A sua atitude de revolta se limita a beber demais numa festa com amigos. Mas, sem experiência no assunto, Irina apaga e um homem faz sexo com ela, tirando a virgindade dela. Então, ela acaba se tornando amante desse homem, que é casado.

Em paralelo, o primo Liviu a trata com grosserias e até agressões físicas. Ignorante, o rapaz não acredita nos estudos, ainda mais para mulheres. Segundo ele, o que importa é trabalhar duro na fazenda, como a família sempre fez. Irina sabe que, se continuar onde mora, viverá uma vida limitada e sob essa constante tortura do parente. A conclusão do filme, cruel e triste para nós espectadores, apenas sublinha a personalidade de Irina como nos foi apresentada durante toda essa história. Ou seja, uma moça submissa que prefere abdicar de seus sonhos do que enfrentar a vida com coragem e sozinha.

Alina Grigore se inspira na direção de Adrian Sitaru para filmar Lua Azul. Como em Ilegítimo, a câmera fica constantemente na mão, resultando em imagens trêmulas e agitadas que ilustram o ambiente conturbado em que vive a protagonista do filme. Por fim, esse desconforto se transforma em tristeza, por constatar a continuidade dessa vida sufocante, uma relação doentia assimilada como normal por gerações passadas e vindouras.


Lua Azul (filme)
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