Pesquisar
Close this search box.
Maternal (filme)
[seo_header]
[seo_footer]

Maternal

Avaliação:
7/10

7/10

Crítica | Ficha técnica

O filme ítalo-argentino Maternal e sua tristeza seca, sem lágrimas.

Em sua estreia em longa ficcional, a diretora Maura Delpero traz um recorte das vidas às margens da sociedade em Buenos Aires. Essa marginalidade se evidencia no próprio isolamento físico do local onde vivem seus personagens.

A história acontece em um abrigo para mães solteiras e seus filhos pequenos, administrado por freiras. Quem deseja usufruir de suas instalações deve obedecer às rígidas normas internas. Entre elas, respeitar o horário de entrada e saída.

Luciana, a mãe solteira de Nina, é arredia e insiste em sair à noite para transar com um rapaz. Por isso, recebe uma punição que proíbe suas saídas. Diante disso, some por vários dias, deixando Nina no abrigo. A Irmã Paola, jovem recém-chegada da Itália, se afeiçoa da menina, e cuida dela durante o período de ausência da mãe.

Quando Luciana retorna, a madre lhe informa que a denunciará às autoridades por abandono de menor. Além disso, expulsa-a do abrigo. Logo, a Irmã Paola descobre que Luciana pode perder a guarda de Nina, que acabará em uma outra instituição.

Caracterização das personagens

O filme caracteriza Paola como uma pessoa de difícil trato. Com feições e modos duros, ela briga com uma outra mãe do abrigo, e ainda discute com a sua amiga e companheira de quarto. Além disso, o seu figurino e o seu discurso a colocam como uma mulher que se preocupa mais em sair par fazer sexo do que cuidar da filha pequena.

Por outro lado, a Irmã Paola parece o oposto. Sua aparência é delicada e sua voz suave. Ademais, se mostra muito carinhosa com Nina e, logo, as duas criam um vínculo de afeto. Aliás, a atriz que a interpreta, Lidiya Liberman, faz também uma freira em Sangue do Meu Sangue (2015), de Marco Bellocchio.

No entanto, a Irmã Paola é inexperiente, e as outras freiras, todas mais velhas, observam com olhar de reprimenda sua afeição por Nina. De fato, sua imaturidade acaba resultando num ato irresponsável.

Um mundo sem heróis

Porém, o filme não se afasta de sua intenção de retratar essa dura realidade com secura. Assim, a Irmã Paola não se transforma na heroína dessa história, como sua falta de vivência a faz acreditar. Assim como Luciana não é a vilã.

A conclusão austera de Maternal deixa o destino de Nina por conta de uma futura sentença judicial. Ou seja, seu futuro não está nas mãos de Luciana, nem nas da Irmã Paola, e muito menos depende do que nós espectadores gostaríamos de ver no filme.

___________________________________________

Ficha técnica:

Maternal (Hogar) 2019, Argentina, 91 min. Direção: Maura Delpero. Roteiro: Maura Delpero, Giacomo Durzi. Elenco: Lidiya Liberman, Denise Carrizo, Agustina Malale, Isabella Cilia, Alan Rivas, Livia Fernán, Marta Lubos, Renata Palminiello.

No dia 1º de julho de 2021, o filme Maternal entra no catálogo da plataforma Belas Artes à la Carte.

Onde assistir:
Maternal (filme)
Maternal (filme)
Compartilhe esse texto:

Críticas novas:

Rolar para o topo