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Meia-noite no Switchgrass (filme)
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Meia-noite no Switchgrass

Avaliação:
2/10

2/10

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Crítica | Ficha técnica

Meia-noite no Switchgrass (Midnight in the Switchgrass) parece feito por amadores. Seu diretor, Randall Emmett, estreia na função com o pé esquerdo, juntamente com o roteirista Alan Horsnail. Mas Emmett é um prolífico produtor, o que deve ter aberto as portas para conseguir nomes conhecidos no elenco. Emile Hirsh e Megan Fox já estrelaram filmes relevantes, como Na Natureza Selvagem (Into the Wild, 2007) e Transformers (2007), respectivamente. Porém, perderam espaço posteriormente. Com Lukas Haas, o menino de A Testemunha (Witness, 1985), esse processo aconteceu antes, na transição para sua carreira como ator adulto. De qualquer forma, são atores conhecidos que dão um tom de credibilidade a esta produção.

O caso de Bruce Willis é diferente. Nesses últimos anos, antes de anunciar seu afastamento em 2022 por motivos de saúde, ele embarcou na onda de veteranos que realizam filmes a rodo. Em 2019, por exemplo, seis filmes com sua participação chegaram às telas. Já em 2021, essa quantidade subiu para nove! O esquema funciona porque ele filma suas partes, sempre em papeis secundários, em um ou dois dias. Não atrapalha sua vida, nem representa muito esforço, e ele ainda leva alguns trocados para casa. Isso explica por que, em Meia-noite do Switchgrass, ele desaparece na maior parte do filme.

O serial killer

O longa de Randall Emmett se baseia no serial killer Robert Ben Rhoades, conhecido como The Truck Stop Killer (O Assassino da Parada de Caminhões), que matou mais de 50 mulheres, principalmente entre 1975 e 1990. Mas essa inspiração fica só no fato de o assassino do filme, Peter (Lukas Haas), ser um motorista de caminhão. Aliás, o roteiro não investe na construção da psiquê do serial killer, então não entendemos o motivo de ele matar algumas mulheres e outras manter em cativeiro.

Embora a trama permita acompanharmos a sua vida dupla, entre o bom pai de família e o frio assassino, não sabemos se ele é um fanático religioso ou se tem algum distúrbio sexual. Algumas vítimas são prostitutas, o que levanta suspeitas em relação ao fanatismo religioso, porém, outas são mulheres que ele conhece por aí, como em bares, o que confunde a compreensão de suas intenções. Além disso, ele imediatamente mata algumas e outras ele mantém em cativeiro.

Os heróis

O protagonista, o herói do filme, também fica na superficialidade. Ele é o policial Byron (Emile Hirsch), que fica obcecado em solucionar o que ele suspeita ser crimes de um serial killer. Por isso, até ultrapassa os limites de sua jurisdição. Porém, o roteiro não se preocupa em justificar o que leva a essa sua atitude. Será por simples zelo profissional? Alguma busca pela justiça por vítimas que eram pessoas conhecidas? Ou, talvez, uma oportunidade para ficar longe de sua esposa extremamente irritante? Aliás, para quê existe essa personagem feminina, o que ela acrescenta à trama?

A inclusão de Bruce Willis na história também soa forçada, apenas uma desculpa para o filme creditar o seu nome. Afinal, seu personagem Karl é um agente do FBI que atua em dupla com Rebecca (Megan Fox). E é ela que entra em ação, enquanto Karl desaparece do filme e não faz nada que ajude na solução do caso. Ele apenas volta no final para elogiar sua colega.

Da mesma forma, Rebecca também é um personagem pouco consistente. No início, ela mostra suas habilidades de luta quando ataca um violento cafetão (Machine Gun Kelly, namorado de Megan Fox na vida real). No entanto, ela parece fraca, física e psicologicamente diante do serial killer, que parece muito mais fraco do que o outro adversário. Quando acorda no cativeiro, ela aparece choramingando, ao invés de tentar fugir. Mas, posteriormente, num estalo, ela resolve atacar o assassino.

Um filme errado

A direção de Emmett está no mesmo baixo nível do roteiro de Horsnail. Há duas sequências de montagem de rápidos flashbacks sem sentido, não sabemos nem qual personagem tem esse fluxo de ideias. Mas o maior exemplo da inabilidade do diretor está na cena em que uma das vítimas do cativeiro escapa e foge pelo mato. A filha do assassino grita que viu algum movimento lá fora; ela olha pela janela, mas o contraplano não mostra o que ela está vendo. Um erro crasso ou simples descaso?

Por fim, é totalmente errada a escolha o blues que toca no momento de maior clímax, quando o serial killer está prestes a matar Rebecca, e Byron precisa chegar ao local para salvá-la. A música dá o tom errado à cena. Parece que foi uma tentativa de imitar o uso de Leonard Cohen na série True Detective, que também lidava com assassinos em série no sul dos Estados Unidos. Mas, em Meia-noite no Switchgrass a música está errada, no momento errado. Na verdade, essa é apenas mais uma das muitas falhas desse filme sofrível.

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Ficha técnica:

Meia-noite no Switchgrass | Midnight in the Switchgrass | 2021 | EUA | 99 min | Direção: Randall Emmett | Roteiro: Alan Horsnail | Elenco: Emile Hirsch, Megan Fox, Bruce Willis, Lukas Haas, Caitilin Carmichael, Olive Abercrombie, Lydia Hull, Welker White, Jackie Cruz, Sergio Rizzuto, Katalina Viteri, Sistine Rose Stallone, Machine Gun Kelly.

Onde assistir "Meia-Noite no Switchgrass":
Meia-noite no Switchgrass (filme)
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