Documentário e disco homenageiam Mestre Môa do Katendê

Mestre Môa do Katendê

Mestre Môa do Katendê  (1954-2018), assassinado por divergência política há 4 anos, ganha disco e filme em sua homenagem.

Mestre Moa do Katendê (1954-2018) tem sua trajetória contada em dois projetos. Um deles é o disco Raiz Afro Mãe (Mandril Áudio), com lançamento no dia 7 de outubro. O outro, é Môa, Raiz Afro Mãe (Kana Filmes), documentário musical que terá lançamento para convidados em 18/10 às 20h30 no cinema Petra Belas Artes. Em 2023, entra no circuito comercial.

Nascido Romualdo Rosário da Costa, ele foi mestre de capoeira, agitador cultural, compositor e percussionista. Além disso, foi cofundador dos Afoxés Badauê na Bahia e Amigos do Katendê em São Paulo. Com todas essas atividades, Mestre Moa do Katendê contribuiu para a preservação e disseminação da a cultura afro-brasileira. Assim, fez história em Salvador, levando 8 mil pessoas para as ruas. Promoveu a reafricanização do carnaval baiano e influenciou uma geração de artistas como Caetano Veloso, Gilberto Gil, Moraes Moreira e outros grandes da MPB.

Antes de sua morte, deu início a um registro de seu trabalho, que agora segue em forma de homenagem.  Ele foi assassinado brutalmente um dia após o primeiro turno das eleições presidenciais de 2018 – poucos meses depois dos projetos começarem. O motivo: intolerância política no bairro em que cresceu em Salvador.

O nome do mestre ganhou destaque na imprensa internacional e em manifestações nas ruas de todo o Brasil. Assim, sua imagem virou um símbolo de resistência cultural. Mas ele era muito mais do que isso. Educador visionário, dedicou sua vida ao sonho de levar a cultura de raiz africana para o mundo, semeando a igualdade social.

Môa, Raiz Afro Mãe

O filme Môa, Raiz Afro Mãe acompanha a história de Môa da década de 1970 até sua morte. Seu enredo entrelaça as manifestações culturais do carnaval baiano (o surgimento dos blocos afro e afoxés). E, também, seu trabalho como arte-educador e capoeirista, e seu legado na cultura afro-brasileira e mundial.

Ao todo, mais de 300 pessoas se envolveram no projeto, entre equipe, participações e contribuições. Conta com depoimentos do próprio mestre e de familiares, amigos e parceiros do artista. Além disso, apresenta um rico acervo de imagens. Nesse sentido, conta com fotos de Pierre Verger, Arlete Soares, Lucia Correia Lima e Acervo Afro Zumvi (formado somente por fotógrafos negros de Salvador).

Na trilha sonora, músicas inéditas do disco “Raiz Afro Mãe” (Mandril Audio), cujo lançamento acontece em todas as plataformas digitais no dia 7 de outubro. O álbum traz releituras da obra de Môa por artistas de peso.

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