Missão Resgate possui a clara intenção de ser um filme repleto de ação e tensão. Seu criador é o experiente Jonathan Hensleigh, que possui várias contribuições para esse gênero. Por exemplo, como um dos roteiristas de Jumanji (1995) e Armageddon (1998), entre outros. Desta vez, ele assume também a direção, algo que tinha feito somente em O Justiceiro (The Punisher, 2004). E, para que a aposta tivesse mais chances de ser vencedora, os produtores de Missão Resgate contrataram um dos atores mais requisitados para esse tipo de filme: Liam Neeson.
De fato, a trama escrita por Hensleigh parece muito promissora. Assemelha-se ao clássico franco-italiano O Salário do Medo (Le Salaire de la Peur, 1953), de Henri-Georges Clouzat, no qual quatro homens transportam nitroglicerina por perigosas estradas da América do Sul. A diferença é que aqui não é a carga que representa o perigo, mas o trajeto. Nesse caso, três caminhões que levam um pesado equipamento através de estradas de gelo, que podem rachar durante o trajeto.
Mas, a ação patina para começar, apesar da explosão que dá origem à missão de resgate. Vinte e seis trabalhadores ficam presos numa mina que contém gás metano. Para que sejam salvos, é necessário retirar o gás com um enorme equipamento, que será transportado por estradas de gelo. Somente após o líder desse resgate, Jim Goldenrod (Laurence Fishburne), recrutar os outros dois motoristas é que a viagem começa e, enfim, a aventura esquenta.
Natureza perigosa
Para dar humanidade ao protagonista Mike McCann (Liam Neeson), o roteiro insere o seu irmão mais novo, Gurty (Marcus Thomas), que voltou da guerra com problemas psicológicos. Como Gurty é um exímio mecânico, ele embarca nessa missão. Já a outra motorista visa agradar as minorias étnicas, no caso, a indígena. Porém, Tantoo (Amber Midthunder) será alvo dos ataques racistas do almofadinha Tom Varnay (Benjamin Walker). Este se apresenta como um agente de inspeção da empresa de seguros, mas surpreenderá ao revelar sua verdadeira identidade.
A jornada é repleta de perigos, não só da natureza hostil, como, principalmente, da natureza humana. Nem todos querem que o resgate dos mineiros seja um sucesso, pois eles possuem um segredo que os executivos da empresa não querem que seja revelado. A imaginação do diretor e roteirista Jonathan Hensleigh estava fértil, e são variadas as situações que os personagens enfrentam no trajeto. A maior parte delas entrega uma alta carga de tensão, porém não resistem ao escrutínio dos espectadores que fazem questão de ter todas as pontas bem amarradas. Algumas ultrapassam o limite do improvável, como o vilão que nunca morre, e outras incomodam por serem dispensáveis. Por exemplo, o folder do novo caminhão que a policial entrega para Mike.
Enfim, entre uma pipoca e outra, o público se divertirá com Missão Resgate, desde que entre na sala do cinema sem grandes expectativas.
