Entre os dias 15 e 30 de outubro, a Embaúba Play realiza gratuitamente a Mostra Embaúba Cinema e Política.
Sete filmes brasileiros inéditos em plataformas de streaming ficam disponíveis no site www.embaubaplay.com.
A mostra coincide com o período que antecede o segundo turno das eleições presidenciais. É uma forma a contribuir com o debate político através de produções audiovisuais que tratam de questões urgentes no contexto brasileiro.
Educação, saúde, emprego, segurança, economia e democracia são alguns dos assuntos tratados nos filmes. Nas obras, prevalece o viés autoral e provocativo, marca dos trabalhos distribuídos pela Embaúba.
Os filmes da Mostra Embaúba Cinema e Política compreendem o sentido do “fazer política” como algo orgânico da vivência, para além dos conchavos de gabinete ou reuniões de portas fechadas. É uma produção audiovisual contemporânea brasileira que olha para a política sob diversos aspectos e possibilidades. Com isso, a compreende como elemento constitutivo da cidadania do indivíduo e do coletivo.
Os filmes da mostra
Estamos Te Esperando em Casa (Cecília da Fonte e Marcelo Pedroso, 2021) é o mais próximo de uma vivência coletiva recente. Documenta o cotidiano de Poliana, terapeuta ocupacional num hospital do Recife.
A política do gesto: Reinaldo, craque do Atlético-MG nos anos 1970, desafia a ditadura militar ao erguer o punho direito num jogo contra a Suécia na Copa do Mundo de 1978. Ícone da resistência aos desmandos antidemocráticos do regime militar brasileiro, o gesto está em Lutar Lutar Lutar (Sérgio Borges e Helvécio Marins Jr, 2021).
Brizolão (Jéferson, 2021) resgata a história e o impacto dos CIEPs (Centros Integrados de Educação Pública), implantados no Rio de Janeiro durante os governos de Leonel Brizola (1983-1987 / 1991-1994).
Quem Tem Medo? (Ricardo Alves Jr, Henrique Zanoni e Dellani Lima, 2022) é um documentário que registra os inúmeros casos de censura a artistas brasileiros em anos recentes.
Entre Nós Talvez Estejam Multidões (Aiano Bemfica e Pedro Maia de Brito) tem a campanha eleitoral de 2018 como pano de fundo do cotidiano dos moradores da Ocupação Eliana Silva, na região de Belo Horizonte. A ascensão da extrema direita ao governo é o fantasma a aumentar os assombros do local.
Pão e Gente (Renan Rovida, 2021) se baseia no dramaturgo alemão Bertolt Brecht (1848-1956) para tratar da fome e do desemprego no Brasil. Assim, mescla encenação e improvisação de um grupo de atores às margens de uma sociedade cada vez mais desigual.
Por fim, Os Grandes Vulcões (Fernando Kinas e Thiago B. Mendonça, 2022) tem a atriz Fernanda Azevedo, do grupo Coletivo Comum, recriando um monólogo a partir de texto de outro dramaturgo, o inglês Harold Pinter. Fernanda desenha a ingerência dos EUA na geopolítica mundial ao longo do século 20.