O MIS exibe gratuitamente a mostra de filmes do diretor italiano Marco Bellocchio, entre os dias 28 e 30 de novembro. Cinco filmes integram essa retrospectiva que integra o Festival de Cinema Italiano, organizado pela Câmera ĺtalo-Brasileira de Comércio, Indústria e Agricultura (ITALCAM).
Marco Bellocchio é o grande homenageado desta 14ª edição do festival. O premiado diretor, vencedor do Leão de Prata no Festival Internacional de Cinema de Veneza em 1967 e do Urso de Prata em 1991, foi escolhido para a mostra no MIS e também na abertura do evento. Seu filme O Traidor foi exibido na festa de abertura que aconteceu em 19 de novembro.
O Festival de Cinema Italiano no Brasil acontece entre 28/11 e 4/12 com a exibição de filmes de cineastas italianos contemporâneos em salas do Petra Belas Artes e do Reserva Cultural.
O MIS (Museu da Imagem e do Som), instituição da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Governo do Estado de São Paulo, está localizado na Avenida Europa, 158, Jardim Europa, em São Paulo.
Programação da Mostra Marco Bellocchio no MIS:
28.11 – Quinta-feira20h
| Punhos cerrados/I Pugni in Tasca (dir. Marco Bellocchio, Itália, 1965, 97 min, digital, 14 anos)
Religião, família, pátria e propriedade são temas discutidos no filme. Uma violenta crítica à família e à burguesia. Uma mãe de quatro filhos não consegue educá-los, nem administrar a casa. Um dos filhos é epilético, agindo de forma sádica e destrutiva. A filha aparentemente normal age de maneira infantil e possui um sentimento mórbido em relação ao irmão Alessandro. Um retrato do desespero de uma geração frustrada. Marco Bellocchio, que com este filme de estreia, influenciou o cinema novo mundial é um dos raros diretores italianos em atividade a se dedicar a entrechos sócio-políticos.
29.11 – Sexta-feira
18h | Sangue do meu sangue/Sangue del Mio Sangue (dir. Marco Bellocchio, Itália/França/Suíça, 2016, 107 min, digital, 14 anos)
No século 17, Federico Mai, um jovem padre, é chamado até um convento na cidade de Bobbio. Seu irmão cometeu suicídio e não pode ser enterrado em terreno sagrado, a não ser que sua amante, a freira Benedetta, confesse seus pecados, e salve assim a alma do morto. Nos dias atuais, um homem deseja comprar o monastério onde Benedetta foi torturada. No entanto, ele encontra habitando o local um velho conde e uma mulher cujo marido desapareceu.
20h | Vencer/Vincere (dir. Marco Bellocchio, França/Itália, 2009, 120 min, digital, 14 anos)
Há um segredo na vida de Benito Mussolini: uma mulher, Ida Dalser, e um filho, Benito Albino, que nasceu, foi reconhecido e em seguida renegado. É uma página negra da história da Itália, ignorada na biografia oficial do Duce. Quando Ida conhece Mussolini em Milão, ele é um fervoroso socialista que pretende orientar as massas contra a Igreja e a monarquia. Ela acredita nele e em seus ideais, e vende tudo que tem para financiar II Popolo d´Itália, um jornal que Mussolini funda para ser o núcleo do futuro Partido Fascista. Quando a I Guerra Mundial começa, ele se alista e desaparece. Ao reencontrá-lo, Ida descobre que ele está casado com outra mulher e exige seus direitos como verdadeira esposa e mãe de seu filho primogênito. Levada à força para um asilo de loucas, Ida decide que mesmo trancada e impedida de ver seu filho, não vai desistir de lutar por seus direitos.
30.11 – Sábado
18h | Bom dia, noite/Buongiorno, Notte (dir. Marco Bellocchio, Itália, 2003, 105 min, dir. Marco Bellocchio, digital, 14 anos)
Em 1978, o líder da Democracia Cristã, Aldo Moro, foi sequestrado e morto pelo grupo extremista Brigada Vermelha, em um dos casos mais chocantes da história política italiana. Neste filme, o episódio é revisto pelos olhos de Chiara, uma personagem fictícia, integrante do grupo de sequestradores. Aparentemente, Chiara leva uma vida monótona no trabalho, com seus amigos e namorado. Mas, secretamente, ela se engaja no grupo radical de esquerda. Sua relação com os companheiros se torna conflituosa na medida em que seu fascínio pela vida utópica é confrontado com a força destrutiva daqueles que a cercam.
20h10 | A bela que dorme/Bella Addormentata, França/Itália, 2013, 110 min, dir. Marco Bellocchio, digital, 14 anos)
Eluana Englaro está em coma vegetativo há 17 anos. Entre diversas polêmicas religiosas e morais, seu caso é levado ao parlamento italiano, que pode decidir desligar os aparelhos que a mantêm viva. O caso de Eluana reflete na vida de diversos personagens, com crenças e ideologias muito diferentes. Um senador de esquerda, que sempre acreditou na morte digna para enfermos, sofre pressões do partido conservador pelo qual foi eleito. Sua filha, Maria, é uma militante católica que decide protestar em frente à clínica onde ocorre a hospitalização de Eluana. No local, ela conhece Roberto, cujo irmão é um feroz defensor da eutanásia. Uma mulher, presa a aparelhos, pede em segredo ao marido que acabe com seu sofrimento, mas o pedido chega aos ouvidos da filha. Ao mesmo tempo, uma mãe bastante religiosa cuida da filha em coma, enquanto negligencia o resto da família. Por fim, uma mulher dependente de drogas deseja a todo preço cometer suicídio, mas não consegue escapar à vigilância de um médico idealista, que pretende lhe dar uma nova razão para viver.
Confira a programação completa do Festival de Cinema Italiano: http://www.festivalcinemaitaliano.com/programacao-2019/