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Mostra Os 100 Anos de Pasolini | Debates, palestras e aulas magnas

Os 100 Anos de Pasolini (mostra)

Além da exibição de filmes, a Mostra “Os 100 Anos de Pasolini”, realizada pelo Instituto Italiano de Cultura e pelo Sesc São Paulo, inclui debates, palestras e aulas magnas.

Conheça aqui e se programa para esses eventos.

Debate

11/08, às 20h no CineSesc (antes da exibição do filme)

O encontro aborda de maneira abrangente a obra cinematográfica de Pasolini à luz das reflexões trazidas pelo cineasta a partir do filme A Raiva, uma obra bastante particular em sua filmografia, por ser um documentário ensaístico de montagem, em que Pasolini joga seu olhar sobre o estado do mundo naquele momento para explicitamente colocar suas posições bastante críticas à ideologia ocidental. De que maneira a tônica colocada neste filme reverbera em sua filmografia?

Participantes:

João Silvério Trevisan. Escritor, jornalista, dramaturgo, tradutor, cineasta e defensor da comunidade LGBT. Escreveu roteiros de cinema e dentre os filmes que dirigiu está Orgia ou o Homem que Deu Cria (1970). Possui extensa obra literária.

Mariarosaria Fabris. Professora aposentada do Departamento de Cinema, Rádio e TV da ECA/USP e do Departamento de Letras Modernas da FFLCH/USP. Publicou, entre outros, os livros Neorrealismo cinematográfico italiano (EDUSP, 1996) e Nelson Pereira dos Santos: Um Olhar Neorrealista? (EDUSP, 1994).

Érica Sarmet. Roteirista, diretore e pesquisadore de cinema e audiovisual. Doutorande em Meios e Processos Audiovisuais na ECA/USP, é Mestre em Comunicação e Bacharel em Estudos de Mídia pela UFF. Dirigiu e roteirizou curtas-metragens, é também curadore do cineclube Quase Catálogo, dedicado a filmes dirigidos por mulheres e pessoas trans.

Aulas Magnas

A convite do Instituto Italiano de Cultura, pesquisadores e críticos italianos discorrem sobre a vida e a obra de Pier Paolo Pasolini. As aulas ficam disponíveis a partir do dia 3/08, no canal do CineSesc no Youtube, com legendas em português. Acesse youtube.com/cinesescsp. (obs: hoje, 6/08, verificamos o canal e ainda não encontramos as aulas).

Aula Magna com Andrea Cortellessa

Crítico italiano, historiador e professor associado de literatura na Universidade de Roma, onde leciona literatura comparada e história da crítica. Tem trabalhado sobre a obra de Pasolini, tendo publicado artigos sobre o escritor e cineasta e participado de inúmeros eventos em torno de seu centenário na Itália.

Aula Magna com Roberto Chiesi

Roberto Chiesi é crítico de cinema e chefe do Centro Studi – Archivio Pier Paolo Pasolini, da Cineteca di Bologna. Grande especialista na obra de Pasolini, publicou diversos artigos e organizou livros sobre o cineasta. Publicou também, entre outros, os livros “Jean-Luc Godard” (2003) e “Le film noir français” (2015).

Palestras

A fim de dar conta da extensa obra e pensamento de Pier Paolo Pasolini, um ciclo de quatro palestras apresenta diferentes aspectos e interpretações sobre seu trabalho. As palestras acontecem online, sempre das 15h às 17h, em youtube.com/cpfsesc.

O Cinema Moderno de Pasolini

08/08, das 15h às 17h

Uma abordagem sobre a concepção de Pasolini do cinema moderno como um “cinema de poesia”; uma formulação que supõe que este cinema, ao expressar a visão de mundo de seu autor, imprime, ao mesmo tempo, toda ênfase à “função poética da linguagem”. Ou seja, aquela construção formal que faz a obra de arte chamar a atenção sobre si mesma, ao contrário do cinema clássico que procura fazer com que a tela se torne uma janela transparente para o mundo. Colocada esta premissa, o objetivo é apresentar uma reflexão sobre a sua noção mais original: a de “subjetiva indireta livre” formulada a partir de uma reflexão que parte do chamado “estilo indireto livre”, conceito usado pela teoria do romance para qualificar um procedimento do narrador em sua expressão do ponto de vista de uma determinada personagem.

Com Ismail Xavier, pesquisador, crítico e professor de cinema. Professor associado da Universidade de São Paulo, publicou diversos livros e artigos que são referência na área de cinema no Brasil e internacionalmente.

A Lama de Outras Eras: Anacronismo como Resistência no Cinema De Pasolini

09/08, das 15h às 17h

Frequentemente evocado como grande polemista, Pasolini assumiu artística e biograficamente o combate contra uma forma pervasiva de fascismo que ganhava escala na sociedade italiana dos anos 1960 e 1970: a onipresença do consumo. Assim, ele engendra um universo poético que manifesta uma tomada de posição política: figurativizações de formas ancestrais e periféricas da vida social representam uma via de resistência contra a homogeneização das diferenças culturais. A estética apocalíptica do cineasta instaura assim a dinâmica do anacronismo: no interior da própria lógica industrial burguesa, emergem as temporalidades e mentalidades disruptivas de um mundo arcaico que não se deixa reduzir à assimilação mercadológica.

Com Mariana Duccini, doutora em Ciências da Comunicação pela ECA/USP. É coorganizadora dos livros “Gêneros cinematográficos e audiovisuais: perspectivas contemporâneas” (volume 2 e volume 3, prelo).

A Influência de Pasolini na Vida Cultural Brasileira

15/08, das 15h às 17h

O fio condutor da aula é resumido nas palavras de Roberto Esposito: “o pensamento de Pasolini prospera nas zonas mais densas da matéria social: a política, a história e a vida”. Tanto os poemas e narrativas, os filmes como seu ensaísmo crítico serão vistos num constante movimento de experimentação que aterrizam, em ondas, na vida cultural brasileira desde o Cinema Novo, nos anos 60, até as mais recentes traduções como as dos poemas de “As Cinzas de Gramsci” e do ensaísmo de urgência do livro Escritos corsários (Editora 34, 2020).

Com Maria Betânia Amoroso, professora colaboradora no Departamento de Teoria Literária da Unicamp, Livre Docente na área de Literatura Comparada. Entre os autores estudados, é central o conjunto da produção de Pier Paolo Pasolini.

A Semiologia da Realidade de Pasolini

16/08, das 15h às 17h

A palestra parte de um exercício especulativo: que leitura faria Pasolini da realidade atual, veria ele aí a emergência de um terceiro tipo de fascismo? Enquanto realizava filmes herméticos que causavam escândalo e eram alvo da censura e da homofobia, o cineasta formulava uma teoria da vida a partir de seu estudo da linguagem do cinema. Assim como a montagem organiza e dá sentido ao filme, Pasolini atribuiu à morte o poder de organizar o sentido da existência. A partir desse insight, ele passa a ler a realidade como um discurso vivo, atribuindo ao consumo uma revolução antropológica, capaz de produzir a mutação de um povo inteiro. Tal modalidade de fascismo, chamado de consumismo, era ainda mais insidioso do que o fascismo histórico.

Com Luiz Nazário, professor titular de Cinema da Escola de Belas Artes da UFMG, doutor em História pela USP. Escritor e ensaísta, publicou, entre outros, os livros “Todos os corpos de Pasolini” (2007) e “O cinema errante” (2013).

Mais informações em: https://www.sescsp.org.br/projetos/mostra-os-100-anos-de-pasolini/

(Foto: A Raiva / © Cinecittà S.p.A.)

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