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Paixão (filme)
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Paixão

Avaliação:
9/10

9/10

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Crítica | Ficha técnica

Brian De Palma, o veterano mestre do thriller, retoma em Paixão o seu gênero após Guerra Sem Cortes, de 2007, nesta refilmagem do filme francês Crime de Amor (2010), de Alain Corneau.

Em Paixão, Christine Stanford (Rachel McAdams) é uma executiva de uma grande agência de publicidade que manipula as pessoas ao seu redor para ascender em sua carreira. Uma que ela explora é sua subordinada Isabelle James (Noomi Rapace), cuja brilhante ideia para uma nova campanha Christine se apropria como se fosse de sua autoria. Isabelle secretamente compartilha o amante (Paul Anderson) de Christine, e, sob influência dele, resolve lançar sua campanha diretamente na internet, sem consultar sua chefe e o vídeo se tornar viral.

Isabelle ganha reconhecimento de sua empresa, mas também a inveja de Christine, que se vinga com forte assédio moral. Humilhada publicamente, Isabelle se torna desequilibrada e passa a agir de forma estranha. Então, encontram Christine assassinada e Isabelle é a principal suspeita do crime.

Sangue

Quem conhece os trabalhos do diretor Brian de Palma, assiste ao filme esperando que logo surjam cenas de sangue e violência. Mas, isso só acontece após na sua segunda metade. Até lá, conhecemos os personagens principais, principalmente às dúbias relações entre Christine, Isabelle e Dirk, o amante de ambas. Todos os três são misteriosos e sexualmente explosivos. Christine utiliza seu poder de sedução sobre Isabelle também, mas as cenas de lesbianismo são leves. Na verdade, leves demais, por culpa de Rachel McAdams. A atriz, famosa por filmes românticos, dramas e comédias, desperdiça aqui a chance de tornar Christine o papel que poderia virar a mesa de sua carreira, e talvez proporcionar prêmios como o Oscar. Afinal, a personagem quebra o estereótipo que foi construído em torno de sua imagem.

Cenas mais ousadas tornariam Paixão muito mais interessante, pois conduziriam o espectador para aquela linha tênue entre o normal e o bizarro, entre o sano e a loucura, ou o casto e o profano. Nesse sentido, se a relação entre Rachel McAdams e Noomi Rapace caminhasse por algo doentio, o filme teria uma tensão maior. Dublê de Corpo, clássico de De Palma, criava esse clima desde os primeiros momentos. O visual chique e moderno, porém, dos dois filmes se assemelham.

Tela dividida

Paixão melhora a partir da cena do assassinato. A tela dividida, marca registrada do diretor, surge nesse momento, mostrando uma encenação de um balé na parte esquerda da tela, e o crime no outro lado. Em seguida, a música de Pino Donaggio remete aos grandes momentos da carreira de De Palma. Aliás, a máscara do assassino também leva a outro de seus clássicos, Vestida para Matar.

Noomi Rapace, esta sim, novamente explora bem seu visual estranho. Então, tal como na trilogia da personagem Lisbeth Salander, dos livros de Stieg Larsson, a atriz sueca representa a figura enigmática que aparenta fragilidade e periculosidade ao mesmo tempo.

No final do filme, repetindo Carrie, a Estranha, Brian De Palma não desperdiça a oportunidade de pregar o último susto nos espectadores.


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