Murder In Mind é um filme rápido e rasteiro, que foi produzido para o cinema, mas só foi lançado em vídeo. Tem algumas falhas, mas, até pela sua curta duração, serve como um bom passatempo.
O enredo é o seu ponto fraco. Logo no início, vemos o corpo de um homem assassinado, ao lado de outro. A esposa do falecido está no local do crime, e se torna a principal suspeita. Mas, ela está em estado de choque. Então, a polícia recorre a um psicanalista para conseguir obter dela a verdade, através de hipnotismo. Em flashbacks, assistimos às revelações da suspeita até a conclusão surpresa (e bem inverossímel).
Falta de ousadia
O filme sofre pela falta de ousadia. A trama parece sedutora e misteriosa, mas o desenvolvimento põe tudo a perder.
Assim, a violência surge comedida, afastando o suspense que o medo poderia criar. Os protagonistas são o grandalhão Jimmy Smits, na época famoso pelos trabalhos na televisão, e a delicada Mary-Louise Parker, que já ganhara notoriedade com Tomates Verdes Fritos, Tiros Na Broadway e Grand Canyon. Porém, apesar de bonitos, a dupla possui um alto potencial de sensualidade que nunca é explorado.
De fato, Mary-Louise Parker aparece em cena com vestidos curtíssimos e roupas insinuantes, mas Smits parece não se interessar. Como resultado, isso até enfraquece ainda mais a trama. Jason Scott Lee, que interpreta o policial que investiga o caso, poderia apimentar essa relação, porém isso também não acontece, deixando tudo morno demais.
Por outro lado, algumas sequências evidenciam influências da fotografia obscura e nevoenta dos cineastas e irmãos Ridley e Tony Scott, muito utilizada em videoclipes dos anos 80 e 90. Principalmente, aquelas no consultório do psicanalista e na cena do crime. Não à toa, afinal, esse era o métier do diretor Andrew Morahan, que filmara vídeos para Guns N’ Roses, A-Ha, Bryan Adams e outros. Ele é responsável também por Highlander 3 – O Feiticeiro, tomando as rédeas de Russel Mulcahy, outro expert nos vídeos musicais.
