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Poster do filme "Na Mira do Perigo"
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Na Mira do Perigo

Avaliação:
5/10

5/10

Crítica | Ficha técnica

Se não fosse pela presença de Liam Neeson, Na Mira do Perigo seria um filminho B sem nenhum interesse. Mesmo contando com a direção de Robert Lorenz, que viria a dirigir novamente Neeson em Na Terra de Santos e Pecadores (2023). Além disso, Lorenz produziu vários filmes recentes de Clint Eastwood e também o dirigiu em Curvas da Vida (2012). Por isso, há duas aparições de Eastwood no filme – ele está em uma das fotos na tela do computador com outras pessoas pesquisadas, e na tela do cinema que exibe A Marca da Forca (1968). Mas, apesar dessa bagagem toda, Lorenz escolheu um material insosso para filmar. Curiosamente, uma história que lembra Cry Macho (2021), filme de Eastwood que não tem Lorenz na produção.

Os clichês estão por todo lado na trama. Para começar, Liam Neeson é um ex-fuzileiro naval, como tantos personagens que o próprio ator já interpretou. Chamado simplesmente de Jim, ele é um fazendeiro falido que vive no Arizona, perto da fronteira com o México. Certo dia, ele troca tiros com traficantes mexicanos de um cartel que estão atrás de uma mãe e seu filho que fugiram para os Estados Unidos. A mãe morre, mas pede a Jim que leve seu filho Miguel até a casa de sua irmã em Chicago. Jim aceita, não por pura bondade, mas porque está de olho na bolsa cheia de dinheiro que a mexicana deixou.

Na verdade, essa premissa não faz sentido. Jim poderia simplesmente roubar o dinheiro. Acontece que o filme é incapaz de definir claramente qual é o caráter do protagonista. Assim, ele acaba caindo na estrada com o menino, quando percebe que a polícia americana pretende mandá-lo de volta para o México, onde o cartel com certeza o liquidaria. Então, obviamente, os traficantes irão atrás deles nesse road movie nada empolgante.

Sem inspiração

O fato de ser um desfile de clichês não seria um problema em si, mas a questão aqui é que os eventos se sucedem de forma atropelada. As coincidências estragam e evidenciam a falta de esforço em criar um roteiro melhor desenvolvido. Por exemplo, a mãe e o filho em fuga atravessam a fronteira justamente no lugar e no momento em que os bandidos aparecem. Da mesma forma, Jim tira Miguel da delegacia bem quando esses traficantes surgem. Já o uso de elipses, que pode ser um recurso inteligente, neste filme tenta esconder os furos na trama.

Quanto ao personagem principal, desta vez Liam Neeson não é imbatível. Até pela idade, ele no máximo consegue empatar com os oponentes. Porém, é ainda preciso como sniper, característica ressaltada no título original. Sua força, portanto, está adequada. Já o arco de sua transformação não convence. Começa a jornada com motivos materialistas, mas depois se afeiçoa do menino. Apesar de Jim acreditar que tudo acaba com a morte, ele leva Miguel a uma igreja católica para que o padre reze um velório para sua mãe. Depois, numa solução bem pobre, o filme demonstra que o protagonista deixou de lado seu materialismo queimando o dinheiro que estava na bolsa da mãe de Miguel, numa cena tão improvável que provoca desconforto.

Na direção, Robert Lorenz faz um trabalho competente, sem se arriscar em nada. Conta eficientemente a narrativa, porém, uma narrativa desprovida de inspiração.

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Ficha técnica:

Na Mira do Perigo | The Marksman | 2021 | 108 min | EUA | Direção: Robert Lorenz | Roteiro: Chris Charles, Danny Kravitz, Robert Lorenz | Elenco: Liam Neeson, Jacob Perez, Katheryn Winnick, Teresa Ruiz, Juan Pablo Raba, Amber Midthunder.

Onde assistir:
Cena do filme "Na Mira do Perigo"
Cena do filme "Na Mira do Perigo"
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