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Poster do filme "Não Chore, Borboleta"
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Não Chore, Borboleta

Avaliação:
6,5/10

6,5/10

Crítica | Ficha técnica

O filme vietnamita Não Chore, Borboleta, que estreia por aqui na 48ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, transita entre gêneros. É drama e comédia, mas chama mais a atenção, principalmente para o público ocidental, por enveredar pelo fantástico.

A sua primeira parte se limita a apresentar as duas protagonistas e as pessoas que orbitam em torno delas. Tam gerencia uma empresa que organiza cerimônias de casamento. E sua filha Ha, de vinte e poucos anos, sonha em viver na Europa. O relato prioriza a leveza, com toques de humor sutil, adequado a essa vida pacata. A modernidade marca presença, com telas dos reels das redes sociais usadas como meio para contar a estória.

Tudo muda, na estória e na forma, quando Tam descobre que o marido a trai. O diretor e roteirista Du’o’ng Diêu Linh, estreante em longas, escolhe uma maneira inusitada de construir essa cena, que se passa na rua, com o áudio da notícia da revelação se confundindo com a narração do jogo da seleção de futebol do Vietnã.

Os fenômenos

Esse trecho é apenas uma amostra dessa virada rumo ao fantástico. No enredo, as portas para esse caminho se abrem quanto Tam busca a ajuda de uma guia espiritual para conseguir segurar o seu marido. Daí em diante, eventos estranhos começam a acontecer.

Surge uma mancha no teto da casa de Tam, mas parece que só ela consegue vê-la. Em pesadelos assustadores, essa mancha ganha forma e a ataca como se estivéssemos assistindo a um filme de terror. Em certa cena, a imagem do plano possui um efeito de liquidificação, o que remete ao elemento água que provocará depois a inundação que ameaça Ha, desiludida com o desencorajamento, vindo da mãe e do melhor amigo, em relação a sua mudança para a Europa.

A inundação pode ser real, mas o mais provável é que seja uma metáfora sobre o fim daquela vida pacata que a primeira parte do filme mostrou. Uma simbologia que vale também para o fenômeno da infiltração no teto em relação a Tam.

Daqueles anos passados que a família vivenciou até agora, resta apenas a lembrança, marcada pelo flashback da cena final.

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Ficha técnica:

Não Chore, Borboleta | Don’t Cry Butterfly | 2024 | 97 min. | Vietnã, Singapura, Filipinas, Indonésia | Direção: Du’o’ng Diêu Linh | Roteiro: Du’o’ng Diêu Linh | Elenco: Lê Tú Oanh, Nguyên Nam Linh, Lê Vũ Long, Bùi Thac Phòng.

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