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Napoleão (filme)
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Napoleão

Avaliação:
7/10

7/10

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Crítica | Ficha técnica

Em Napoleão, o veterano diretor Ridley Scott surpreende quem acompanha sua carreira. Entre seus quase 30 longas, apenas um deles, Os Vigaristas (Matchstick Men, 2003) é declaradamente uma comédia. Muitos consideram Perdido em Marte (The Martian, 2015) um filme cômico, por conta de certo humor satírico, presente nas expressões do protagonista interpretado por Matt Damon. Pois é este tipo de humor que seu novo filme traz.

Mesmo quem ignora a filmografia do diretor se espanta com essa abordagem cômica. Afinal, retrata uma figura icônica da História mundial, renomada por suas conquistas militares. Então, muitos entram na sala do cinema esperando encontrar uma sucessão de batalhas épicas que provam a apurada inteligência estratégica bélica do general e imperador francês. Há batalhas no filme, mas Napoleão (Joaquin Phoenix) ganha um retrato desmistificador. O único episódio em que ele triunfa na tela surge no começo, evento que o impulsiona ao cargo de general. Mas, ao invés de mostrá-lo como um bravo líder, ele comanda com medo e insegurança. Emblematicamente, um dos ícones de seu mito, o cavalo branco, morre logo em seus primeiros passos, quando uma bala de canhão estraçalha a sua fronte.

Na política, sua ambição o transformou em joguete dos usurpadores do poder. Colaborou na sangrenta Revolução Francesa que derrubou a monarquia, depois ajudou a destituir Robespierre e sua turma. Em seguida, o filme desmascara o absurdo dessa disputa de interesses, pois o próprio Napoleão se torna imperador da França.

O filme não perdoa nem a vida pessoal do estadista. Diante das mulheres, Napoleão se comporta como um crianção. Totalmente vulnerável, sua amada Josephine (Vanessa Kirby) faz o que quer com ele. Mesmo seu ataque de ciúme ao descobrir que a esposa o trai é incapaz de a deixar numa situação desfavorável.

Revisão histórica

Ao longo do filme, ganham destaque as suas maiores derrotas. Entre elas, a invasão do território russo e a batalha de Waterloo. A conclusão é impiedosa, coloca na tela a soma dos milhões de soldados franceses que Napoleão levou à morte.

O roteiro de David Scarpa – autor de Todo o Dinheiro do Mundo (All the Money in the World, 2017), também dirigido por Ridley Scott – responde a uma necessária revisão dos fatos e personagens históricos. Afinal, se hoje a maioria do mundo critica o líder russo Vladimir Putin pela Guerra da Ucrânia, por que continuar a vangloriar esse genocida golpista francês que provocou tantas mortes? Por exemplo, o filme traz Napoleão matando com tiros de canhões os participantes de uma manifestação popular. Diante de tudo isso, é válida sim essa e outras versões que questionam a percepção sedimentada até agora das figuras históricas.

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Ficha técnica:

Napoleão | Napoleon | 2023 | 105 min | Reino Unido, EUA | Direção: Ridley Scott | Roteiro: David Scarpa | Elenco: Joaquin Phoenix, Vanessa Kirby, Tahar Rahim, Rupert Everett, Mark Bonnar, Paul Rhys, Ben Miles, Riana Duce, Ludivine Sagnier.

Distribuição: Sony Pictures.

Trailer aqui.

Onde assistir:
Napoleão (filme)
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