Pesquisar
Close this search box.
Nasce Uma Estrela (2018)
[seo_header]
[seo_footer]

Nasce Uma Estrela

Avaliação:
6/10

6/10

clique no botão abaixo para ouvir o texto

Crítica | Ficha técnica

Esta é a quarta versão de Nasce Uma Estrela, antes levado ao cinema em 1937, 1954, 1976.

Desta vez, Bradley Cooper vive o músico consagrado que conhece e se apaixona por uma cantora novata. Esta é interpretada por Lady Gaga, que recebe sua ajuda e consegue uma carreira de sucesso. Enquanto isso, a dele decai devido a problemas com álcool e drogas. O universo musical agora é o country.

Lady Gaga

A escolha de Lady Gaga para o papel de Ally parece óbvia dada sua semelhança com Barbra Streisand, que interpretou o papel equivalente na versão de 1976. Ambas não possuem a beleza padrão das atrizes mais famosas do cinema, principalmente por causa do nariz grande, como o próprio filme aponta. Além disso, Streisand e Gaga são, essencialmente cantoras, e a carreira delas na música precede a no cinema. A diferença é que Streisand já tinha interpretado vários papeis importantes quando assumiu esse filme, e Gaga apenas algumas pontas (como em Machete Mata, de 2013). De qualquer forma, isso garante a autenticidade das cenas cantadas – Judy Garland, faça-se justiça, também era uma talentosa cantora e perfeita para o papel na versão de 1954.

Por outro lado, Lady Gaga não atende as variações de sentimentos que sua personagem necessita expressar. Afinal, Ally passa por uma gangorra de emoções diante de seu sucesso profissional e da decadência de Jack. Pelo menos, ela se despe das camaleônicas maquiagens de sua carreira como cantora, o que já assegura elogios por parte de seus fãs. E, também dos membros da Academia que a colocaram como uma das indicadas ao Oscar de melhor atriz. Porém, é evidente seu desconforto em algumas cenas. Por exemplo, naquela em que sua personagem conhece o produtor famoso e interpreta com caretas forçadas, bem como nas com clima de tristeza absoluta. Compare como ela está muito mais à vontade quando interpreta enquanto canta. Nessas cenas, ela dá um show, e por isso, a cena final funciona tão bem emocionalmente.

Bradley Cooper

Bradley Cooper, sim, de fato merece sua indicação ao Oscar de melhor ator. Com visual de rockstar desleixado, barba malfeita e pele vermelha queimada pelo sol, Cooper ainda usa uma voz rouca e embaralhada. Assim, constrói o personagem complexo, que perdeu o pai cedo e foi criado pelo irmão mais velho. Nesse papel está Sam Elliott, em ótima interpretação que também lhe rendeu uma indicação ao Oscar de ator coadjuvante, que gerencia a carreira de Jack, mas que não recebe o reconhecimento dele. Essa instabilidade de berço o leva às drogas e ao álcool, vícios agravados com o medo de perder Ally, quando esta começa a ter sucesso em uma carreira longe da sua. Enfim, é um personagem complexo que Cooper consegue convencer mesmo nos momentos mais profundos e dramáticos de sua decadência.

Além disso, Cooper também é o diretor do filme, estreando nessa função. Nesse quesito, Nasce Uma Estrela se aproxima bastante do estilo de um making of de um dvd de uma banda, com a câmera sempre em movimento, acompanhando os personagens e com vários cortes. Essa composição agitada ajuda na construção da vida desequilibrada de Jack, que nunca parece estar em paz de espírito.

Músicas

O filme, definitivamente, se apoia nas suas músicas. Funciona muito bem em alguns momentos, por exemplo, quando vemos os dois protagonistas se apaixonarem um pelo outro enquanto cada um interpreta uma música no bar de drag queen. Ally canta “La Vie en Rose”, e Jack uma de suas próprias canções, e funciona também no solo final de Ally. Contudo, essa opção em se basear nas músicas, considerando que o filme não é daquele gênero musical onde as letras contém diálogos e narrativas da estória, às vezes soa exagerada tanto na quantidade de músicas como na duração delas na tela.

A música é também um dos agravantes na relação de Jack e Ally, apesar de isso não ser tão abertamente explorado. Jack sente ciúmes do sucesso de Ally, não só por medo de perde-la, mas por ele pensar que ela está se vendendo, interpretando músicas pop e com letras superficiais, e não música sincera.

Nasce uma Estrela, ganhando ou não alguns dos oito Oscar para os quais foi indicado, incluindo de melhor filme, será lembrado futuramente como a versão de Bradley Cooper. Como as outras três anteriores, é mais um filme um pouco acima da média, mas o cinema ainda aguarda por uma versão definitiva dessa estória.

 

Nasce Uma Estrela (2018)
Nasce Uma Estrela (2018)
Compartilhe esse texto:

Críticas novas:

Rolar para o topo