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Nossas Crianças (filme)
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Nossas Crianças

Avaliação:
7/10

7/10

Crítica | Ficha técnica

A partir de uma tragédia numa escola, Nossas Crianças abraça as discussões que surgem no seu entorno. Através de cenas longas, o filme apresenta as argumentações dos envolvidos, sem se apressar para apresentar soluções superficiais.

O incidente acontece durante o intervalo de uma aula, no campo de futebol de uma escola em Oslo, Noruega. Nathalie, também chamada de Lykke ou Anne, causa a morte do colega de classe Jamie. Não vemos o fato, apenas o garoto caído no gramado, rodeado pelos adultos, num plano geral, e o socorro chegando.

A diretora da escola Liv logo convoca uma reunião com os professores e principais funcionários. Outras reuniões em grupo, e conversas particulares, surgem durante o filme. Há uma consciente preocupação em expor as opiniões dos personagens, principalmente quando entram em choque. Nesse sentido, existe uma oposição política entre o pai de Lykke, membro do Partido Trabalhista, e Per Erik, pai de Jamie que é da extrema direita. Porém, nunca ocorre um confronto entre os dois, que só se encontram no epílogo e por acaso.

Interrelações

Gradativamente, Nossas Crianças revela as interrelações pessoais entre os membros desse microcosmo formado pelos funcionários da escola e os pais dos alunos. Com isso, os impactos da morte de Jamie se tornam ainda mais relevantes. Para começar, a diretora Liv está namorando o pai do garoto falecido. E, Anders, o irmão dela é o professor de língua norueguesa que, por descuido, não estava no local do incidente, como deveria estar. Quando este professor, que é gay, tem uma conversa privada com o extremista Per Erik, surgem algumas evidências de que esse pai estimulava a competitividade de Jamie. E, isso é o que ocasionou a discussão com a colega Lykke.

Por outro lado, o filme mostra as dúvidas dos pais de Lykke sobre como proceder para que ela entenda a gravidade de seu ato, sem que isso se transforme num trauma. Nessa questão, Per Erik deseja que a menina sofra e que carregue esse peso durante todo o resto de sua vida. De fato, quando ele a encontra sozinha no estacionamento da escola, ele a agride verbalmente. Então, logo após essa acareação explosiva, ele percebe que Lykke é apenas uma criança.

Várias questões

Além disso, outros temas importantes surgem ao longo do filme. Entre eles, o questionamento de Liv se sua paixão por Per Erik suplanta as diferenças ideológicas do casal. Já o seu irmão Anders nota que precisa amadurecer. Não só porque teve receio de assumir publicamente que cometeu um erro por se ausentar da quadra onde viria a acontecer a tragédia. Mas, também, em assumir um compromisso sério com seu namorado, e, até, porque é muito permissivo com seus alunos em sala.

Dessa forma, Nossas Crianças se compõe de situações e personagens profundos e multidimensionais. E, como acontece dentro do filme, propõe debates de ideias civilizados sobre vários temas importantes. Afinal, como as crianças vivenciam, qualquer agressão física pode levar a uma tragédia.

Este quinto longa-metragem do diretor Dag Johan Haugerud recebeu vários prêmios em festivais. Entre eles, os de melhor filme nórdico e melhor atuação (para Henriette Steenstrup) no Göteborg Film Festival.

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Ficha técnica:

Nossas Crianças | Barn | 2019 | Noruega, Suécia | 157 min | Direção e roteiro: Dag Johan Haugerud | Elenco: Henriette Steenstrup, Jan Gunnar Røise, Thorbjørn Harr, Brynjar Åbel Bandlien, Andrea Bræin Hovig, Hans Olav Brenner, Anne Marit Jacobsen, Ella Øverbye, Trine Wiggen, Adam Pålsson, Selome Emnetu.

Assista ao trailer aqui. Mais fotos do filme nos nossos Instagram e Facebook.

Onde assistir:
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