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Nyad (filme)
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Nyad

Avaliação:
7.5/10

7.5/10

Crítica | Ficha técnica

Em dez anos, o casal Jimmy Chin e Elizabeth Chai Vasarhelyi construiu uma carreira respeitada como diretores de documentários. Alguns deles para a National Geographic e em muitos envolvendo desafios da natureza. Em Nyad, a dupla se aventura num filme narrativo. Porém, baseado em eventos reais e ligados ao tema que dominam. É a história de Diana Nyad, que aos 60 anos decide realizar o que não conseguiu quando tinha 28: a travessia a nado de Cuba a Flórida. Para se ter uma ideia da dificuldade dessa maratona, ela chegou a ficar 42 horas no mar quando fracassou.

O magnetismo dos personagens

Quebrando o protocolo, o filme começa com imagens de arquivo, que revelam a verdadeira Diana Nyad. Poderia ser um problema, porque evidenciaria as diferenças físicas entre a pessoa retratada e a sua versão fílmica. Mas isso não acontece, por conta da magnífica interpretação de Annette Bening nesse papel. Na verdade, nem nos preocupamos se elas estão fisicamente parecidas (e estão), pois o retrato vai além, e envolve os trejeitos, a postura, o nado e, o que é mais difícil, a personalidade. Já entrando no tradicional, a conclusão mistura registros reais com as filmadas para o longa, e selam essa aproximação entre a Nyad real e a Nyad de Annette Bening.

Além disso, outros dois personagens importantes apresentam um carisma semelhante a Nyad. Um deles é a sua melhor amiga Bonnie Stoll (Jodie Foster) que, por sua determinação e sensatez, se torna a treinadora ideal para o desafio. O outro personagem, John Bartlett (Rhys Ifans), conhece esse trajeto como ninguém, por isso entra na equipe como o consultor para as condições do mar, do tempo e outros pontos essenciais para a travessia.

Esse trio de protagonistas, interpretado por esses atores de talento ímpar, possui um magnetismo irresistível nas telas. Tal feito, porém, só se concretiza porque Jimmy Chin e Elizabeth Chai Vasarhelyi vão além de suas reconhecidas habilidades como documentaristas e se revelam ótimos na direção de elenco. O que, de certa forma, surpreende, pois é um quesito não exercitado no documentário.

A direção narrativa

A dupla de cineastas ainda evita que o relato se torne monótono, já que a nadadora tentou a travessia repetidas vezes. Dentro do enredo, o truque foi variar os perigos – entre eles, tubarões, águas vivas, temporais. Além disso, o filme evoca, nos momentos de maior dificuldade das travessias, os traumas de Nyad, em flashes cada vez mais reveladores, como é de praxe. E são lembranças impactantes, o que fortalece a dramaticidade.

Há, ainda, duas sequências de alucinação em Nyad que servem para momentos de ilustração poética. Visualmente belíssimos, um deles traz uma chuva colorida e o outro um Taj Mahal submerso. Reproduzem um estado mental de extrema fadiga que viveu a nadadora maratonista, já quase sem consciência. Em relação à direção, revelam uma ousadia de quem pretende ir além dos documentários.

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Ficha técnica:

Nyad | 2023 | 121 min | EUA | Direção: Jimmy Chin, Elizabeth Chai Vasarhelyi | Roteiro: Julia Cox | Elenco: Jodie Foster, Annette Bening, Rhys Ifans, Anna Harriette Pittman, Luke Cosgrove, Erica Cho, Jeena Yi, Karly Rothenberg.

Distribuição: O2 Play / Netflix.

Trailer:
Onde assistir:
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