Havia um grande receio de que “O Bom Dinossauro” poderia ser o primeiro fracasso da Pixar. Seis anos de indas e vindas em sua produção, inclusive com troca do seu diretor, indicavam que estava difícil chegar a um formato aceitável. O sucesso de público e crítica do seu brilhante sucessor, “Divertida Mente” (Inside Out, 2015), parecia agravar a situação.
Mas eis que “O Bom Dinossauro” é simplesmente mais um bom filme da Pixar. Ainda que sua estória não seja genial, ela emociona com personagens envolventes e com inovação técnica.
Na premissa, essa sim genial, a Terra não foi atingida pelo meteoro que acabou com a era pré-histórica. Então, os dinossauros continuaram a evoluir, enquanto os humanos se mantiveram como homens das cavernas. Por isso, os dinossauros falam, raciocinam, constroem casas, plantam, e os homens ainda andam de quatro, sem falar, buscando apenas satisfazer seus instintos primitivos. Esse enredo poderia desastrosamente ter evoluído para um pastiche do desenho para TV “Família Dinossauros” (Dinosaurs, 1991-1994), mas tomou outros rumos mais criativos.
A história
O jovem dinossauro Arlo é o filho mais novo e mais fraco da família, constituída pelos pais e dois irmãos. Sua vontade é fazer algo importante que dê orgulho para seu pai. Porém, nessa busca, acaba se perdendo e precisa da ajuda de um garoto pré-histórico para voltar para casa.
A amizade que surge entre o dinossauro e o humano retrata a mesma que existe entre um garoto e seu cachorro. Através das aventuras que vivem juntos, o laço sentimental se fortalece. Como os personagens Arlo e o garoto primitivo são cativantes, o filme mantém seu interesse sentimental do início ao fim.
Por outro lado, a inovação tecnológica de “O Bom Dinossauro” está na mistura entre personagens tipicamente de animação com paisagens que buscam o realismo. Primeiramente estranham um pouco o espectador, como se fossem expostos a uma versão moderna de “Uma Cilada Para Roger Rabbit”, mas logo essa opção vislumbra com imagens belíssimas da natureza.
Por fim, é injusto compará-lo à obra prima “Divertida Mente”. Deixe isso de lado. “O Bom Dinossauro” facilmente está entre as melhores animações do ano de 2015 (conforme lançamento no mercado norte americano). E, mais uma bola dentro da Pixar.
Ficha técnica:
O Bom Dinossauro (The Good Dinossaur, 2015) 93 min. Dir: Peter Sohn. Rot: Meg LeFauve. Com Marcus Scribner, Raymond Ochoa, Jack Bright, Jeffrey Wright, Frances McDormand, Maleah Nipay-Padilla, Ryan Teeple, Peter Sohn, Steve Zahn, A. J. Buckley, Anna Paquin, Sam Elliott, David Boat, Carrie Paff, Calum Grant, John Ratzenberger.