O Bom Doutor (filme)
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O Bom Doutor

Avaliação:
7/10

7/10

Crítica | Ficha técnica

Com personagens marcantes e situações bem desenvolvidas, O Bom Doutor faz rir com o politicamente incorreto.

Hoje o público já não aceita comédias que exploram preconceitos e comportamentos imorais. Então, O Bom Doutor se arrisca ao trazer um médico sem escrúpulos como protagonista.

Já durante os créditos iniciais, vemos o Dr. Serge Mamou-Mani agindo mal em situações rotineiras. Por exemplo, ele estaciona numa vaga para portadores de necessidades especiais. Mas, o filme sempre toma o cuidado de não o mostrar causando danos graves às outras pessoas.

A trama

É véspera de Natal, e o Dr. Mamou-Mani é o único médico que está de plantão para atender as emergências nas residências. Porém, devido a um acidente no início da noite, ele não consegue mais se locomover. Então, com medo de perder seu emprego, ele recorre a uma solução desesperada.

Ele aproveita que um entregador de aplicativo, que ele acaba de conhecer, demonstra interesse por prestar primeiros socorros e o faz se passar por médico no seu lugar. Ou seja, é o rapaz, Malek Aknoun, que se apresenta fisicamente perante o enfermo durante as emergências dessa noite parisiense.

Ideia bem desenvolvida

Essa ideia do personagem que se faz passar por outro não é nova no cinema. Na verdade, já rendeu vários filmes, como o ótimo Ser ou Não Ser (1942), de Ernst Lubitsch. Porém, O Bom Doutor apresenta uma variação instigante, pois versa sobre uma profissão que lida com uma questão que preocupa a todos, que é a saúde.

E o roteiro desenvolve muito bem essa premissa, e cria situações que são engraçadas sem cair na tolice ou no mau gosto. Mesmo assim, os seus autores, Jim Birmant e Tristan Séguéla (também diretor do filme), poderiam ter evitado o clichê do parto como a situação derradeira.

Protagonistas

Os dois protagonistas se completam, e a química entre eles dá força ao filme. Eles representam opostos, como as melhores duplas cômicas costumam ser. Apesar disso, não parecem caricatos, pois suas características não são extremas.

De um lado, o veterano Michel Blanc vive o Dr. Mamou-Mani, um médico amargurado que pratica sua profissão como um mero meio de sustento. De outro, o jovem youtuber Hakim Jemili estreia nos cinemas no papel de Malek. Ele é um entregador de aplicativo motivado a crescer na vida.

Aos poucos, as características essenciais dos protagonistas veem à tona e evidenciam que os dois possuem muito em comum. Por exemplo, o rapaz se mostra capaz de também praticar suas maldades, quando se vinga do cliente que o destratou por ser um entregador. Aliás, isso dá margem a uma criativa cena que imita um duelo de faroeste. Além disso, compreendemos o motivo que tornou o Dr. Mamou-Mami tão amargo e identificamos a bondade dentro dele na sua relação com a namorada do seu filho morto há seis anos. Aliás, essa perda também gera uma aproximação afetuosa com Malek, que se torna seu cúmplice, mentorado e, inconscientemente, seu filho.

Em suma, Tristan Séguél, diretor de 16 anos… ou quase (2013) e Rattrapage (2017), vence o desafio da trama politicamente incorreta e faz uma divertida comédia que não ofende a ninguém.

Estreia nos cinemas programada para 9 de setembro de 2021.

Saiba mais sobre o filme aqui.

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Ficha técnica:

O Bom Doutor | Docteur? | 2019 | 1h30min | Direção: Tristan Séquéla | Roteiro: Jim Birmant, Tristan Séquéla | Elenco: Michel Blanc, Hakim Jemili, Solène Rigot, Chantal Lauby, Franck Gastambide, Victor Artus Solaro.

Distribuição: Pandora Filmes.

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Trailer:
Onde assistir:
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