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O Cemitério das Almas Perdidas (filme)
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O Cemitério das Almas Perdidas

Avaliação:
8/10

8/10

Crítica | Ficha técnica

Dirigido e escrito pelo especialista Rodrigo Aragão, O Cemitério das Almas Perdidas é uma vigorosa produção do terror nacional.

Para começar, os efeitos visuais e especiais, que costumam ser o calcanhar de Aquiles dos filmes do gênero no Brasil, merecem elogios em O Cemitério das Almas Perdidas. Por exemplo, a computação gráfica cria um convincente castelo em ruínas no topo de um morro, onde se situa o cemitério do título. Da mesma forma, os truques práticos e de maquiagem que simulam as criaturas infernais e os detalhes gore conseguem ser assustadores.

Porém, diferente do tom dos filmes de José Mojica Marins, em O Cemitério das Almas Perdidas o sobrenatural, que faz parte do núcleo central da trama é suavizado pela ênfase nas cenas de ação. Essa parece ser a escolha do cineasta Rodrigo Aragão, pois o seu roteiro, muito bem elaborado, permitia também que o filme se tornasse mais assustador.

Da colonização aos tempos atuais

A estória apresenta duas situações paralelas. Uma delas se passa na época da colonização do Brasil, quando o religioso Cipriano salva a embarcação à deriva ao oferecer um sacrifício ao demônio. Assim, esses tripulantes portugueses e espanhóis acabam desembarcando no litoral brasileiro. Então, já possuídos pelas forças das trevas, entram num confronto com os indígenas, e ficam presos eternamente em um cemitério abandonado.

Na outra situação, um circo itinerante de terror, nos tempos atuais, chega até esse local para apresentar suas atrações. Porém, seus cinco integrantes acabam capturados para servirem como sacrifício para aqueles imigrantes endemoniados presos no cemitério. Tudo muda quando Cipriano descobre que um dos circenses possui a parte do livro que pode libertá-los da maldição.

Essa trama bem amarrada provoca um ritmo acelerado, pois seu desenvolvimento inclui combates entre os índios e os brancos endemoniados, uma divertida apresentação circense, e o confronto final onde os artistas tentam fugir do cemitério e do grupo de Cipriano. Até o romance tem espaço na estória, que surge a partir de um sonho premonitório de um dos atores do circo com a índia aprisionada no castelo.

Terror amenizado pela ação

Por outro lado, as várias cenas de ação acabam por limar o clima de terror. Apesar de o filme trazer vários detalhes horríveis de mutilação e muito sangue jorrando, tudo acontece muito rápido. Inclusive os rituais, que poderiam suscitar momentos assustadores. Com isso, surge a expectativa de um grande clímax no confronto final. E, nesse ponto, os efeitos são insuficientes, e as lutas corporais são filmadas com planos muito curtos e confusos.

Porém, apesar de tropeçar nessa conclusão, O Cemitério das Almas Perdidas mais que cumpre seus objetivos. Aliás, ao lado do recente, e mais assustador, Mal Nosso (2019), são produções que evidenciam que o gênero pode ser muito mais explorado no cinema brasileiro.

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Ficha técnica:

O Cemitério das Almas Perdidas (2020) Brasil. 95 min. Direção e roteiro: Rodrigo Aragão. Elenco: Carol Aragão, Renato Chocair, Diego Garcias, Francisco Gaspar, Markus Konká, Allana Lopes.

Trailer:
Onde assistir:
O Cemitério das Almas Perdidas (filme)
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