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O Contador (filme)
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O Contador

Avaliação:
5/10

5/10

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Crítica | Ficha técnica

“O Contador”: um contador bancando James Bond

Não deixe o título te enganar. “O Contador” é um filme de ação no estilo James Bond da era Daniel Craig. O profissional do título, Christian Wolff (Ben Affleck), possui um autismo que prejudica sua sociabilidade e controle emocional, mas que lhe confere habilidades geniais na matemática. Além de seu raciocínio especial, ele e seu irmão receberam treinamento do pai militar desde crianças, e se tornaram combatentes mortíferos, exímios na artilharia e na luta corporal.

Wolff finge ter um pequeno escritório de contabilidade em uma pequena cidade nos EUA, mas, na verdade, ganha fortunas trabalhando para organizações criminosas. Por isso, a Receita Federal americana, através de seus agentes Ray King (J.K. Simmons) e Marybeth Medina (Cynthia Addai-Robinson), está no seu encalço. Em paralelo, ao aceitar um trabalho de uma grande corporação cujo presidente, Lamar Blackburn (John Lithgow), desconfia de um de seus diretores, Wolff precisa recorrer de suas habilidades de combate para sobreviver.

Sem dúvida, a parte mais interessante de “O Contador” é a apresentação do protagonista e suas características especiais. Ainda criança, o vemos montando um gigantesco quebra-cabeças com o lado da figura voltado para baixo. Então, quando ele descobre que a última peça está faltando, perde o controle e começa a gritar desesperadamente. Essa compulsão por finalizar uma atividade será retomada no filme com ele adulto, quando o impedem de terminar a investigação na empresa de Blackburn.

Um contador com superpoderes

A fim de demonstrar como Wolff conseguiu de certa forma se adaptar à sociedade, mas ainda sob influência do autismo, uma bela montagem o exibe chegando em casa, com um grande carro, e entrando na garagem com todos os passos em perfeita sincronia. A porta automática desce quase encostando na traseira do veículo e este estaciona a poucos centímetros da parede, o espaço exato para que o carro caiba no local. Essa precisão retornará para demonstrar o momento em que ele se deixa dominar pela doença.

Por um lado, a trama inesperadamente fantasiosa consegue entreter nas sequências de ação, principalmente devido à perfeita coreografia nas lutas. Aliás, Ben Affleck, que já personificou o Demolidor e o Batman, pode agora adicionar mais esse (super) herói em seu currículo. O contador com superpoderes é tão poderoso quanto aqueles personagens dos quadrinhos.

Contudo, já que o roteiro de “O Contador” opta por seguir esse caminho irreal, sentimos falta de um oponente do mesmo quilate, e não burocratas da Receita Federal. As longas falações de Marybeth Medina acabam por prejudicar o ritmo acelerado da história. O mesmo defeito aparece nas cenas envolvendo a contadora da empresa de Blackburn, papel de Anna Kendrick. Sua personagem, Dana, poderia participar mais intensamente, como interesse romântico, vítima em perigo, ou como peça ativa na trama. Do jeito que aparece, não há motivo para se elencar uma atriz com sua popularidade, salvo o de usá-la como chamariz para o público.

A intenção de solidificar o personagem com um passado bem construído é válida e funciona bem em “O Contador”. Porém, a ideia de causar uma surpresa impactante em relação ao irmão fracassa, por ser óbvia demais.

“O Contador” peca, por isso, por almejar ser mais que um bom filme de ação.


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