Pesquisar
Close this search box.
O Conto das Três Irmãs (filme)
[seo_header]
[seo_footer]

O Conto das Três Irmãs

Avaliação:
7/10

7/10

clique no botão abaixo para ouvir o texto

Crítica | Ficha técnica

O Conto das Três Irmãs pincela um recorte da vida social no interior da Turquia, ilustrando o costume das “beslemes”, jovens que eram adotadas pelas famílias ricas para trabalhar como empregadas domésticas.

A trama

O viúvo Sevket tenta dar o bom encaminhamento de “besleme” para suas três filhas, junto a um médico da cidade. Nesse sentido, Reyhan, a mais velha, que já é adulta, estava se dando bem nessa casa, mas engravidou e teve que voltar para a vila, para se casar com Veysel, um rapaz com a cabeça fraca.

O filme começa com Nurhan, a filha adolescente, sendo devolvida para Sevket, porque ela bateu no filho do médico. Agora, o viúvo espera que a filha mais nova, Havva, seja aceita como “besleme”. Porém, ações insensatas do amalucado Veysel provocam reações violentas e até trágicas.

Análise do filme

Apesar desses eventos extremamente dramáticos, O Conto das Três Irmãs mantém uma intensidade emocional média. E o diretor Emin Alper, neste seu terceiro longa-metragem, faz isso intencionalmente. Por exemplo, ao invés de filmar o desespero da mãe diante da tragédia que enfrenta, Alper opta pela elipse, cortando a cena e retomando a personagem somente depois. Posteriormente, o tom equilibrado é definitivamente lavrado na conclusão que revela a união da família.

Nesse sentido, a trilha sonora suave, liderada por violinos, contribui para esse clima leve do filme. Principalmente quando utilizada nas montagens que ajudam a contar a estória.

Sobre outro aspecto, Emin Alper investe forte no visual de O Conto das Três Irmãs. De fato, a belíssima fotografia, responsabilidade de Emre Erkmen, leva para as telas um colorido dourado nas cenas noturnas, trabalhando as luzes e as sombras como numa pintura barroca. Adicionalmente, destaca-se, também, o plano geral que mostra do alto as montanhas gélidas da região e o veículo apequenado transitando pela pequena estrada que leva à aldeia.

Por outro lado, o roteiro, também escrito por Emin Alper, cria uma terna cena em que as irmãs Reyhan e Nurhan conversam sobre sexo. Enquanto preparam uma bebida sacudindo um barril pendurado no teto, o movimento das duas se assemelha ao ato sexual. Assim, o que se sobressai é a ingenuidade da adolescente, bem diferente do que se encontra na vida urbana ocidental.

Enfim, o cenário bucólico e atemporal da estória remete a características de um conto lendário. E isso é reforçado pela fotografia em tons fortes e pela presença de uma personagem secundária típica desse gênero literário: a mulher doida que fica feliz dando cambalhotas.

O Conto das Três Irmãs é uma bela experiência contemplativa desse costume social turco que poucos conhecem.


O Conto das Três Irmãs (filme)
O Conto das Três Irmãs (filme)
Compartilhe esse texto:

Críticas novas:

Rolar para o topo