O Espião Que Sabia Demais é um filme de mistério de espionagem baseado no best seller do escritor John le Carré, autor de outros livros adaptados para o cinema. Por exemplo, “O Espião Que Veio do Frio”, “A Casa da Rússia” e “O Jardineiro Fiel”.
Após o assassinato de um colega em uma missão de rotina, o veterano espião George Smiley (Gary Oldman) precisa descobrir o traidor que passa informações confidenciais para o agente russo Karla.
A trama é complicada e o espectador precisa se esforçar muito para desvendar o raciocínio que conduz Smiley a desvendar o mistério. A solução, como todo filme do gênero, só chega no final do filme. Afinal, Smiley precisa manter o segredo para si a fim de prender o culpado.
O diretor sueco Tomas Alfredson ganhou fama internacional com o horror Deixa Ela Entrar (2008), mas já construiu uma sólida carreira em seu país. O Espião Que Sabia Demais marca sua estreia fora da Suécia, numa coprodução da França, Reino Unido e Alemanha. Alfredson utiliza aqui uma linguagem extremamente visual, o que dificulta ainda mais a compreensão da trama. Por exemplo, o relacionamento gay do agente traidor somente é revelado em imagens sutis de flashback.
Duelo cerebral
Apesar de uma ou outra cena de violência, a ênfase está no duelo cerebral entre Smiley e Karla. Smiley precisa ser mais esperto que seu adversário para conseguir desvendar quem está por trás das traições. Para atrapalhar, um elemento psicológico interfere no raciocínio dele, pois o momento revelador o conecta com um trauma pessoal envolvendo o adultério de sua esposa.
Por não contar com cenas de ação mirabolantes, o que prende a atenção do espectador à trama é a interpretação dos atores. Gary Oldman, no papel de Smiley, comunica suas emoções veladamente, requisito para um espião experiente, através dos olhares e das expressões faciais. Colin Firth e Benedict Cumberbatch são os coadjuvantes perfeitos, seguindo a mesma linha de atuação, que se encaixa na narrativa do filme.
As sequências finais de O Espião Que Sabia Demais desvendam todo o mistério e o destino dos personagens, sem utilizar praticamente nada de diálogos ou narração. Apesar de ter origem em um livro famoso, a linguagem é cinematográfica.