“O Estranho Mundo de Jack” é a animação cult da época de natal para crianças já crescidas, acima de 10 anos, e adultos fãs do universo gótico e sombrio de Tim Burton, que, além de produtor do filme e criador do livro que lhe deu origem, é considerado o autor da obra, apesar de não ser o diretor nem o roteirista.
“O Estranho Mundo de Jack” conta como este personagem, um esqueleto habitante da cidade de Halloween e responsável pela celebração desta festividade, após se sentir desmotivado e vazio, resolve sair por outras terras e encontra a cidade de Natal, que o deixa encantado. Resolve, então, sequestrar o Papai Noel e assumir seu lugar na distribuição dos presentes na véspera de 25 de dezembro. Porém, pede para seus amigos monstros de Halloween confeccionarem os presentes, o que torna tudo um pesadelo.
Lendo a estória, logo se estranha o título brasileiro, que se baseia mais na filmografia de Tim Burton do que no filme em si. A véspera de Natal é conhecida como a noite antes do Natal, daí o trocadilho com “nightmare” (pesadelo). Não há uma tradução direta para o português, mas algo simples como “O Pesadelo na Véspera de Natal” seria mais fiel ao filme.
Stop motion
A animação usa a técnica de stop motion, usando bonecos fotografados quadro a quadro e depois colocados em sequência animada. Os monstros possuem aparência horripilante, por isso, podem assustar crianças menores. Na verdade, até o Papai Noel é um tanto assustador. E o conceito, apesar da redenção final, também não é indicado para os muito pequenos.
Ao invés de diálogos, o filme é musical, com partes faladas cantadas, como próprio Burton repetiu em “A Noiva Cadáver” (Corpse Bride, 2005) e “Sweeney Todd: O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet” (Sweeney Todd: The Demon Barber of Fleet Street, 2007).
A ideia é original, transitando entre duas tradições norte americanas, e possui a clássica transformação do personagem principal, que somente se sentirá melhor quando encontrar o amor. Por isso, é uma ótima alternativa para viver o espírito natalino de uma forma inovadora. Muito melhor do que assistir “A Rena do Nariz Vermelho” (Rudolph, The Red-Nosed Reindeer, 1964), outro clássico natalino em stop motion pela enésima vez.
