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O Feitiço de Áquila (filme)
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O Feitiço de Áquila

Avaliação:
8/10

8/10

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Crítica | Ficha técnica

“O Feitiço de Áquila” reunia condições de se tornar um dos melhores filmes de aventura de todos os tempos. Além da sua belíssima estória, escrita por Edward Khmara, possui um elenco talentoso em ótima fase. Além disso, a fotografia de Vittorio Storaro capta com perfeição a deslumbrante paisagem de Campo Imperatore na Itália. Porém, os vilões não assustam e a música de Alan Parsons destoa totalmente do espírito do filme.

A epopeia se passa na Idade Média no reino de Áquila, governado por um bispo tirano. Entre outras atrocidades, ele jogou uma maldição sobre Isabeu (Michelle Pfeiffer) e seu amado Navarre (Rutger Hauer), porque não conseguiu possuí-la. Recorrendo às forças do mal, o bispo condenou o casal a nunca se encontrarem como humanos. Assim, durante o dia, Isabeu se transforma em uma águia, e durante a noite, Navarre se torna um lobo. Com a ajuda do esperto rapaz Gaston (Matthew Broderick), os dois amantes partem em direção a Áquila, escondendo-se dos soldados do bispo, que querem mata-los. Navarre quer se vingar do bispo, e um fenômeno da natureza poderá ajuda-los a quebrar o feitiço.

O elenco

Na época das filmagens, ator Matthew Broderick começava sua carreira, vindo do sucesso de “Jogos de Guerra” (War Games, 1983), de John Badham, onde já era protagonista, apesar de ser seu segundo filme. Logo depois, sua ascensão se consolidaria no ano seguinte, com “Curtindo a Vida Adoidado” (Ferris Bueller Day Off, 1986), de John Hughes. A malandragem de Ferris Bueller se assemelha muito ao de Gaston, e comprova o acerto em sua escolha para esse papel.

Da mesma forma, Michelle Pfeiffer também estava em alta. Já trabalhara bastante na televisão, e protagonizara o fraco “Grease 2: Os Tempos da Brilhantina Voltaram” (Grease 2, 1982) e o divertido “Um Romance Muito Perigoso” (Into The Night, 1985), de John Landis. Mas, sua prova de fogo fora o papel coadjuvante em “Scarface” (1983), de Brian De Palma. Aqui, em “Feitiço de Áquila”, com cabelos curtos para se assemelhar com a figura de uma águia, estava no auge da beleza, à altura da personagem do filme.

Por fim, o holandês Rutger Hauer alcançara a fama como o androide de “Blade Runner” (1982), de Ridley Scott. Forte e bonito, reunia as características necessárias para o herói de “Feitiço de Áquila”, completando o triângulo de protagonistas do filme, que funciona perfeitamente.

Os vilões

Mas, o mesmo não se pode dizer dos vilões. O bispo é interpretado por John Wood, um veterano ator inglês, que iniciava trajetória nos EUA, tendo atuado antes em “Jogos de Guerra” ao lado de Matthew Broderick. E o assassino contratado pelo bispo é Cezar, encarregado de eliminar Navarre. Coube ao ator Alfred Molina dar vida a esse executor. Infelizmente, nenhum dos dois vilões assusta. Por exemplo, o bispo não demonstra força física ou mística e nem expressa o ódio esperado para o perfil. Igualmente, Molina também não amedronta, apesar de toda a maquiagem. Contudo, esse não é o maior problema do filme.

Trilha sonora de Alan Parsons

Na verdade, o que estraga “O Feitiço de Áquila” é a trilha sonora, assinada por Andrew Powell. A opção de empregar o rock progressivo de Alan Parsons, repleto de teclados, acaba com a emoção das cenas de ação. Foi uma ideia ousada sobrepor essa música moderna em uma estória que se passa na Idade Média. Podia ser o caso de que os realizadores estivessem à frente do seu tempo, mas, mesmo agora, trinta anos depois do lançamento do filme, a trilha ainda incomoda.

Aliás, repetindo alguns lançamentos especiais com versões do diretor, estendidas ou de alguma outra forma alternativas, seria interessante assistir a “O Feitiço de Áquila” com trilha sonora orquestrada. Talvez, assim, encontremos o grande filme de aventura que ele poderia ser.


Onde assistir:
O Feitiço de Áquila (filme)
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