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O Gato Preto (filme)
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O Gato Preto

Avaliação:
7/10

7/10

Crítica | Ficha técnica

“O Gato Preto”: O estilizado terror japonês

“O Gato Preto” é um dos mais famosos filmes de terror japoneses de todos os tempos. Hoje, provavelmente, não assusta ninguém, mas seu visual estilizado ainda chama a atenção.

No Japão medieval, quando os samurais já haviam perdido a glória e a honra de tempos anteriores, um grupo errante desses guerreiros encontra uma casa isolada no campo, e, dentro dela, duas mulheres, mãe e nora. Os homens saqueiam a comida delas, depois as violentam e assassinam. Nesse ato cruel, a câmera sobe em plongée para intensificar o desconforto da cena. Antes de partirem, os nada honrados samurais colocam fogo na casa com os corpos das vítimas dentro. Um gato preto surge no final e caminha sobre os cadáveres das mulheres.

Tempos depois, um samurai que caminha à noite pela floresta encontra uma bela jovem, que lhe pede que a acompanhe até sua casa. Atraído pela formosura da moça, o cavaleiro atende ao pedido. Ao chegarem à bela moradia, o rapaz aceita o convite para entrar. Lá conhece também uma senhora, e juntos bebem saquê. Quando fica bêbado, vai para a cama com a moça, que, durante o sexo, abocanha mortalmente o pescoço do homem. Do lado de fora, a sogra observa as sombras dos dois na parede do quarto. Essa prática se repete várias vezes, com outros samurais, como vingança das mulheres do início do filme. Então, um senhor feudal, preocupado com a perda de seus samurais, convoca um jovem para descobrir e eliminar o monstro responsável por essas mortes. Sem saber, ele é o marido daquela jovem que foi assassinada e isso causará certo dilema em sua missão.

Elementos

A trilha sonora se destaca em “O Gato Preto”. Na sequência em que o samurai cavalga pelos campos em busca do “monstro”, a música apresenta muitos metais e harmonia histriônica, típica da época (lembrem-se do “O Planeta dos Macacos” original), aproximando o filme do cinema norte-americano. Contudo, no restante, ele possui características próprias do estilo japonês.

“O Gato Preto” emprega o recurso, muito utilizado em filmes de artes marciais orientais, dos lutadores flutuando no ar. Esse movimento se encaixa com o caminhar da mãe matadora, que parece deslizar ao invés de andar, com as pernas encobertas pelo quimono. Aliás, Alfred Hitchcock utilizou esse truque na governanta sinistra de “Rebecca, A Mulher Inesquecível” (Rebecca, 1940).

Por outro lado, a maquiagem incrementa o tom sobrenatural da trama, principalmente ao colocar algumas manchas escuras na testa das duas mulheres vingadoras. Reparem como as duas possuem visual diferente entre o início do filme, quando são vítimas, e o momento a partir do qual voltam para se vingarem. Nenhuma delas chega a se metamorfosear em felinas, porém, há um instante que provoca susto com uma rápida aparição do rosto transformado da velha.

Em suma, ainda que não amedronte muito, “O Gato Preto” envolve o espectador no clima sombrio da trama. Principalmente pela fotografia em preto e branco e pelo estilo rebuscado de Kaneto Shindo, diretor de “Onibaba, O Sexo Diabólico” (Onibaba, 1964), que possui características semelhantes.


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