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O Hospedeiro (filme)
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O Hospedeiro

Avaliação:
7/10

7/10

Crítica | Ficha técnica

O Hospedeiro é um filme de 2006 de Bong Joon Ho, diretor de Parasita (2019). Já está presente nesse longa metragem a sua característica de abordar temas sérios por trás do entretenimento.

Acima de tudo, O Hospedeiro diverte como aventura de ficção científica. No prólogo, um executivo norte-americano ordena seu empregado sul-coreano a despejar vários produtos químicos pelo ralo, mesmo sendo alertado por ele que esses elementos tóxicos vão poluir o rio Han. Então, é previsível que um monstro surgirá como resposta da natureza a essa violência, tal qual a tradição dos filmes de Godzilla.

De fato, a criatura não demora para aparecer, e surpreende por ser muito bem feita. É uma mistura gigantesca de peixe com anfíbio, com rabo de rato e uma boca enorme com várias camadas. E ele logo sai das águas do rio para perseguir e engolir pessoas que estão no parque ao lado aproveitando o sol.

Uma das vítimas é a filha de dez anos de Gang-Doo (Kang-ho Song, o pai pobre em Parasita), um homem com inteligência debilitada. Mesmo depois que o monstro leva a menina para dentro da água, Gang-Doo recebe um telefonema do celular dela e ele e sua família partem rumo ao seu resgate. O grupo, formado pelo pai já idoso, a irmã que é medalhista nacional em arco e flecha e o irmão com curso superior, é desacreditado pelas autoridades, e precisa agir sozinha.

Aventura e não terror

Bong Joon Ho poderia ter transformado O Hospedeiro em um filme de terror, aproveitando a figura horripilante da criatura geneticamente transformada. Mas o diretor prefere manter o filme dentro do gênero aventura, com muita correria e agitação. A trilha sonora utilizada não provoca suspense, mesmo em momentos que geram tensão.

O Hospedeiro perde um pouco de seu ritmo depois que a família tenta sozinha matar o monstro com espingardas. Demora um pouco para retomar a ação e despertar novamente o interesse do espectador, mas depois conclui com um desfecho emocionante.

Temas

Debaixo dessa aventura, Bong Joon Ho faz uma crítica direta ao intervencionismo praticado pelos EUA nos outros países, como fez na Coréia do Sul após a Segunda Guerra Mundial. No filme, o empresário americano, personagem que beira a caricatura, é o responsável pela criação do monstro por ter jogado produtos tóxicos no rio. Ele também forjará as fake news sobre a existência de um vírus desconhecido vindo da criatura, a fim de justificar que os EUA despejem uma substância química chamada agente amarelo em solo sul-coreano. Tem até uma piada engraçada que vale como alívio esses tempos atuais de coronavirus.

O diretor também aproveita O Hospedeiro para reafirmar a importância da família e da tolerância. Cada um dos irmãos da família protagonista possui um defeito que eles superarão para vencer o inimigo comum, que é o monstro. Gang-Doo, que causa dores e perdas à família por causa de sua pouca inteligência, se tornará mais esperto. A sua irmã, que perde o campeonato de arco e flecha por ser lenta demais, será veloz ao enfrentar o monstro. E o outro irmão, que se sente superior por ter feito faculdade, precisará da ajuda de um morador de rua para sobreviver.

Por fim, podemos afirmar que O Hospedeiro é uma aventura emocionante muito bem realizada, que prenuncia o talento que o diretor Bong Joon Ho demonstraria em Parasita.

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Ficha técnica:

O Hospedeiro (Gwoemul, 2006) Coréia do Sul. 120 min. Dir: Bong Joon Ho. Rot: Bong Joon Ho, Won-Jun Ha, Chul-hyun Baek. Elenco: Kang-Ho Song, Hee-Bong Byun, Hae-il Park, Doona Bae, Ko Asung, Dal-su Oh, Jae-eung Lee, Dong-ho Lee, Je-mun Yun, David Anselmo, Do-bin Baek.

Onde assistir:
O Hospedeiro (filme)
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