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O Jogo da Imitação (filme)
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O Jogo da Imitação

Avaliação:
7/10

7/10

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Crítica | Ficha técnica

Baseado no livro de Andrew Hodges, “O Jogo da Imitação” revela um grande segredo de estado da Inglaterra. Durante a Segunda Guerra Mundial, os ingleses inventaram uma máquina capaz de decifrar o código criptografado utilizado pelos alemães para se comunicarem. Com isso, podiam descobrir os seus planos de ataque. Porém, o fato chocante disso é que os britânicos decidiam em qual caso intervir. Em outras palavras, dependendo da estratégia, poderiam deixar seus soldados morrerem nas batalhas contra os inimigos alemães.

A trama

O matemático criptoanalista Alan Turing (Benedict Cumberbatch) foi o responsável por desenvolver essa máquina, capaz de “resolver todos os problemas, não só os códigos”, segundo ele mesmo. Apelidou o equipamento de Christopher, em homenagem ao seu amigo de adolescência. O filme mostra o quanto foi difícil atingir seu objetivo, diante das pressões que sofria dos comandantes militares. Egocêntrico e convencido, Turing precisou aprender a se relacionar melhor com seus colegas para aperfeiçoar a máquina. Nesse processo, foi fundamental a participação de Joan Clarke (Keira Knightley), a única mulher do grupo.

Alan Turing enfrentou um desafio pessoal também, nessa jornada. Afinal, ele era homossexual num tempo em que isso era considerado crime. Por isso, sua amiga Joan casou-se com ele, mesmo sabendo de sua preferência sexual, a fim de apoia-lo e também para se realizar profissionalmente. Aliás, Christopher, nome dado à sua máquina, foi seu grande amor de adolescente.

É inegável sua incrível contribuição para a campanha da Inglaterra na guerra e para a ciência. Contudo, o filme mostra nos letreiros finais que Turing foi condenado em 1952 por homossexualismo. Por fim, morreu dois anos após um tratamento com hormônios. Somente em 2009 o governo britânico se desculpou pela forma que tratou um de seus heróis de guerra.

Dois temas principais

Portanto, o filme trade de dois temas principais. Ambos carregam alta dose dramática, cada um suficiente para sustentar um argumento inteiro de um filme isoladamente. Porém, juntos no roteiro de Graham Moore, acabam por minar o potencial um do outro. Ao invés de se somarem, os tópicos dividem a trama e reduzem a emoção do filme.

Aliás, essa falta de definição surgirá também no filme seguinte do diretor norueguês Morten Tyldum, “Passageiros” (Passengers, 2016). Nele, Tyldum deixa de canalizar a força dramática da estória, caindo na tentação da comédia.

Enfim, o melhor de “O Jogo da Imitação” não é o roteiro de Graham Moore, que lhe garantiu o Oscar, mas a tocante interpretação de Benedict Cumberbatch. Mais uma vez, esse excelente ator entra no seu personagem para atuar como ele fosse parte de si mesmo. Nesse sentido, a cena em que ele pratica sua corrida em momento de profunda angústia merece entrar na lista de melhores exemplos de como expressar emoção sem dizer uma palavra. De fato, é uma sequência sublime em um filme que deixa escapar a oportunidade de ser muito melhor.


O Jogo da Imitação (filme)
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