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O Justiceiro (filme)
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O Justiceiro

Avaliação:
8/10

8/10

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Crítica | Ficha técnica

O Justiceiro”: Elia Kazan critica a sociedade neste policial imperdível

“O Justiceiro” é o terceiro filme do consagrado cineasta de origem grega Elia Kazan. Contado em formato semidocumental, Kazan dirige com mãos leves, dando importância ao excelente roteiro de Richard Murphy.

O filme se baseia em eventos reais, e começa com narração relatando a pacata vida de uma pequena cidade de Connecticut, enquanto a câmera gira 360 graus em um ponto central da principal avenida. Acompanhamos, então, um simpático padre cumprimentando os moradores enquanto caminha até parar para atravessar a avenida. É nesse momento que um surpreendente assassinato acontece, presenciado à distância por sete testemunhas. O criminoso foge.

Sequências em flashback contam momentos da vida do padre, que era muito benquisto pelos cidadãos, mas também era severo quando precisava ser, principalmente diante de pessoas problemáticas.

Crítica social

Fica evidente, no desenrolar da história, uma dura crítica social. A população pressiona por uma rápida solução do crime, e a imprensa se aproveita para amplificar esse descontentamento. Os políticos no poder recebem críticas e por isso exigem da polícia um rápido esclarecimento. Suspeitos são apressadamente conduzidos à delegacia para reconhecimento pelas vítimas. John Waldron (Arthur Kennedy) é apontado como principal suspeito, e o chefe policial o submete a um exaustivo interrogatório. Esgotado, Waldron assina uma confissão.

Além disso, o filme expõe a dura situação dos ex-combatentes de guerra, problema presente até hoje nos Estados Unidos. Waldron é um deles, e reclama que perdeu cinco anos de sua vida em campanha, e agora ficou para trás na busca por um emprego.

“O Justiceiro” critica corajosamente os políticos interesseiros e corruptos. O promotor de justiça Henry Harvey (Dana Andrews) sofre pressão política dos atuais governadores, que precisam resolver logo o crime, e a oposição, que quer prolongar a crise. No julgamento, decide questionar as evidências da culpa de Waldron. Estaria ele cedendo a um dos lados dos políticos ou sinceramente acreditando nisso?

O narrador afirma que até hoje esse crime não foi desvendado. É aí que fica evidente a magia do cinema de Kazan. Apesar dessa declaração, o espectador sabe, por imagens que assistiu durante o filme, quem é o verdadeiro assassino do padre. E se sente privilegiado.

“O Justiceiro”, segundo alguns, é um film noir, mas não estão presentes nele características essenciais desse gênero, como fotografia escura, sombras, tomadas angulosas, uma femme fatale, um anti-heroi. Mesmo assim, é um filme policial imperdível, com tema incrivelmente atual.


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