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O Menino Que Queria Ser Rei (poster do filme)
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O Menino Que Queria Ser Rei

Avaliação:
6/10

6/10

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Crítica | Ficha técnica

Crianças lutando contra um exército de seres das trevas? É o que a aventura juvenil O Menino Que Queria Ser Rei (The Kid Who Would Be King) oferece ao público, embalado numa atualização da lenda sobre o Rei Arthur e os Cavaleiros da Távola Redonda. O título brinca com O Homem Que Queria Ser Rei (The Man Who Would Be King, 1975), um dos melhores filmes de John Huston, mas suas histórias não têm nenhuma relação entre si.

Este segundo longa do diretor e roteirista Joe Cornish começa na Londres atual. Antes disso, entra um prólogo em animação, com narração contando sobre a lenda do Rei Arthur – intervenção necessária para situar os espectadores menores que não a conhecem. A transição desse trecho para a trama do filme revela um talento na direção que depois desaparece. A animação se encerra com a revelação do livro com a estória, guardada no sótão da casa do protagonista. Então, a câmera desce lateralmente, desprezando a existência de uma parede, até o primeiro andar do sobrado, onde está o personagem em seu quarto. Depois, continua a descer até a cozinha, onde sua mãe a chama. De fato, uma bela introdução para conduzir o público, do prólogo animado até a apresentação dos personagens.

Os Goonies na Távola Redonda

O protagonista se chama Alex (Louis Ashbourne Serkis, filho dos atores Lorraine Ashbourne e Andy Serkis), tem doze anos e mora com a mãe. O pai, alcoólatra, sumiu da vida deles, mas o menino mantém a esperança de reencontrá-lo. Logo depois, na escola, após se meter numa briga para salvar seu amigo Bedders (Dean Chaumoo) do bullying, ele encontra uma espada enfincada numa pedra, que ele consegue tirar com facilidade. Mas isso desperta a malvada Morgana (Rebecca Ferguson), que estava aprisionada embaixo da terra desde que seu meio-irmão, o Rei Arthur, a condenou. Agora, ela pretende tomar a espada Excalibur das mãos do novo rei, o protagonista Alex, e dominar o país com suas criaturas das trevas. Porém, o poderoso mago Merlin (Patrick Stewart/Angus Imrie) ressurge para preparar Alex a enfrentar Morgana.

O Menino Que Queria Ser Rei lembra Os Goonies (The Goonies, 1985), de Richard Donner, já a partir da ideia de crianças, no lugar de adultos, enfrentando grandes perigos. Além disso, por reforçar a importância do trabalho em equipe. Aqui, Alex recruta os dois praticantes de bullying, que seriam seus inimigos, para lutarem ao seu lado, junto com Bedders e Merlin. As crianças enfrentam situações de risco, mas, respeitando a quem o filme pretende atingir, não há muita violência, o que é um alívio, pois muitas produções se perdem e mostram mais do que deveriam, ignorando a sensibilidade do seu público. O máximo que encontramos são criaturas bem assustadoras, ou seja, o exército de soldados de lava (ótimo trabalho de CGI) e a Morgana que se transforma em monstro (que parece mais animação que live action).

Lição de moral e tom leve

O tom adequado do filme não deixa essa fantasia para crianças se levar muito a sério. Muitas piadas permeiam todo o enredo. Por exemplo, apesar do belo discurso motivacional de Alex e seus companheiros perante os alunos da escola, nenhuma criança se voluntaria para lutar contra Morgana e seu exército para salvar a Inglaterra. Mas, logo mudam de opinião quando a diretora promete um dia sem estudos para quem aderir. Da mesma forma, alinhado com o tom, o gestual de Merlin para realizar suas magias é realmente encantador. No entanto, se o diretor Joe Cornish acerta no tom, deixa passar erros de montagem que poluem o filme em vários trechos. São solavancos que quebram a fluência da cena, e planos que não se encaixam.

Por fim, como não poderia faltar num filme juvenil baseado numa lenda centenária, a última cena reserva uma lição de moral. No caso, uma fala esperançosa de que Alex e seus amigos, representando as crianças em geral, poderão fazer deste mundo, que está em frangalhos, um lugar melhor para viver. De audaciosa, fica a alfinetada na monarquia britânica, pois aqui o novo candidato a rei não precisa ter sangue nobre nem ser descendente da família real.


O Menino Que Queria Ser Rei (poster do filme)
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