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O Pálido Olho Azul (filme)
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O Pálido Olho Azul

Avaliação:
7/10

7/10

Crítica | Ficha técnica

Um dos personagens principais de O Pálido Olho Azul (The Pale Blue Eye) é Edgar Allan Poe, o escritor norte-americano famoso por sua obra voltada ao mistério e ao macabro. Então, faz todo o sentido o tom taciturno do filme, sua fotografia cinzenta e seu ritmo lento. Com isso, temos uma experiência semelhante à leitura dos textos de Poe (embora seja uma adaptação do livro de Louis Bayard). Seria melhor ainda se pudéssemos assistí-lo nos cinemas, mas seu lançamento está restrito ao streaming.

A história se situa em 1830, no estado de Nova York. O renomado inspetor Augustus Landor (Christian Bale) investiga um misterioso suicídio por enforcamento de um dos cadetes da tradicional Academia Militar de West Point. Edgar Allan Poe (Harry Melling), um dos alunos da instituição, se oferece para ajudar no caso. Mas logo surgem outras mortes e o obscuro aspirante a poeta se torna o suspeito usual. Aliás, uma cena apelativa traz Poe expondo que sofre bullying dos colegas, uma questão batida com a função de induzir o espectador a também suspeitar dele.

Filme de mistério

O filme se mantém dentro dos gêneros policial e mistério, concentrando-se na investigação dos crimes. Chega até a se aproximar do terror, quando mostra os cadáveres e as autópsias. Mas não tenta assustar o espectador em nenhum instante. Assim, aposta na revelação do mistério, e não desaponta. O epílogo é, de fato, surpreendente ao romper a habitual redoma reservada aos protagonistas.

No entanto, talvez por sua origem e inspiração no mundo literário, o filme traz diálogos em excesso. Em muitos casos, a falação é supérflua, pois a imagem já é suficiente. Por exemplo, após testemunharmos Lea Marquis (Lucy Boynton) sofrendo um ataque de epilepsia, não precisava uma cena adicional na qual o pai dela afirma essa condição. Da mesma forma, no flashback que revela o que aconteceu com a filha de Augustus, a narração é desnecessária. Some-se a isso o ritmo cadenciado do filme, e temos um filme um tanto cansativo.

Direção

Mas o diretor Scott Cooper sempre mostra competência. Despontou com sua estreia Coração Louco (Crazy Heart, 2009), que traz Jeff Bridges como um músico de country. Em Aliança do Crime (Black Mass, 2015), contou com um grande elenco (como acontece também em O Pálido Olho Azul) para contar a história de um gangster de Boston. E vale apontar a parceria de Cooper com Christian Bale. O cineasta o dirigiu no policial Tudo Por Justiça (Out of the Furnace, 2013) e no faroeste Hostis (Hostiles, 2017).

Enfim, Cooper novamente não desaponta e, apesar do ritmo lento e do excesso de falação, O Pálido Olho Azul é uma experiência envolvente. O mistério atiça a curiosidade do espectador num ambiente sério e lúgubre, e o desfecho satisfaz apropriadamente.  

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Ficha técnica:

O Pálido Olho Azul | The Pale Blue Eye | 2022 | 128 min | EUA | Direção e roteiro: Scott Cooper | Elenco: Christian Bale, Harry Melling, Simon McBurney, Timothy Spall, Toby Jones, Harry Lawtey, Charlotte Gainsbourg, Lucy Boynton, Robert Duvall, Gillian Anderson.

Distribuição: Netflix.

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Onde assistir:
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