Sobre o filme
O Tesouro do Pequeno Nicolau traz uma história inédita de Nicolau, uma das figuras mais famosas da literatura infanto-juvenil. O diretor do filme, Julien Rappeneau escreveu o roteiro ao lado de Mathias Gavarry com base nos personagens criados por René Goscinny e Jean-Jacques Sempé.
“Eu queria que os personagens participassem de uma aventura original, repleta de surpresas e reviravoltas. Os personagens, no entanto, continuam bastante fiéis ao que são nos livros em espírito e tom. Foi um pouco ousado de minha parte, mas creio que é necessário um pouco de ousadia quando se embarca num projeto assim.”, confessa Rappeneau, diretor de Meu Filho é um Craque.
Então, para contar essa história única, ele explica que criou uma trama que conversa tanto com as crianças quanto com adultos. “É algo que a Pixar faz de forma brilhante em suas animações. Precisávamos de um tema que dialogasse com várias faixas etárias. Encontrar equilíbrio com os temas infantis e adultos foi nosso maior desafio.”, completa o cineasta francês.
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Crítica do filme
O Tesouro do Pequeno Nicolau retrata bem o universo ingênuo da infância do protagonista de nove anos, num colorido típico da década de 1950. O modo de vida capitalista, do sucesso na carreira, tão predominante na época, é subtema do aspecto crítico do filme.
O mundo de Nicolau ameaça ruir por causa da promoção que o pai recebe. A empresa onde ele trabalha adquire uma concorrente, e o pai será o novo diretor. Mas, isso significa que a família se mudará para o sul da França, e Nicolau ficará longe dos amigos que ele tanto preza. Essa amizade, tema principal do longa, é tão forte que a turma se esforça para encontrar o tesouro do título, que um viking teria escondido na cidade. O tesouro seria todo destinado ao pai de Nicolau, que assim ficaria rico e não precisaria mais aceitar a promoção. Chama a atenção que os meninos nem pensam em ficar com parte do dinheiro, o que importa mesmo é manter o amigo no grupo.
Episódico
Outros subtemas surgem ao longo do filme, como a possibilidade de uma professora ser gentil com seus alunos, o erro ao taxar as pessoas conforme estereótipos (o menino estudioso que tem seus defeitos, apesar que cada um da turma representa um modelo), e assim por diante. Isso resulta da característica episódica do filme, que não segue apenas uma aventura, mas várias historiazinhas que formam um panorama da vida do personagem. Na verdade, assim eram os livros de Goscinny e Sempé, formados por pequenas estórias.
Mas a narrativa sofre com essa segmentação, ainda que não-linear. A caça ao tesouro, por exemplo, só acontece depois de uma hora de filme, e dura muito pouco, frustrando quem foi atraído pelo título. Afinal, não se trata de um filme de aventura, mas sim uma comédia com pinceladas dramáticas. Bonito, ingênuo, mas um pouco entediante.
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Sinopse
O mundo tranquilo do pequeno Nicolau, de nove anos, inclui o pai, a mãe, a escola, e, o mais importante, sua turma de amigos. Eles são chamados de Os Invencíveis, mas, acima de tudo, são inseparáveis. Pelo menos, é o que pensam. No entanto, quando o pai é promovido, e a família deve se mudar para o sul da França, o mundo do menino se despedaça. Assim, com ajuda dos amigos, Nicolau embarca numa jornada em busca de um tesouro que pode evitar seu maior medo – mudar de cidade.
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Ficha técnica:
O Tesouro do Pequeno Nicolau | Le Trésor du Petit Nicolas | 2022 | 103 min | França | Direção: Julien Rappeneau | Roteiro: Julien Rappeneau, Mathias Gavarry | Elenco: Ilan Debrabant, Jean-Paul Rouve, Audrey Lamy, Jean-Pierre Darroussin, Adeline D’Hermy, Noémie Lvovsky, Anton Alluin, Oscar Boissière, Léandre Castellano-Lemoine, Malo Chanson-Demange, Simon Faliu, Malick Laugier, Léonard Signoret.
Distribuição: California Filmes.
O filme estreia nos cinemas no dia 22 de dezembro de 2022.