O Vale Proibido é um precursor de Jurassic Park e Um Drink no Inferno.
A estória de O Vale Proibido lembra o tema do filme de Steven Spielberg de 1993. Em ambos, dinossauros vivem nos dias atuais em um lugar remoto e os homens tentarão explorá-los como se fossem atrações circenses.
O Vale Proibido mescla gêneros cinematográficos como no roteiro de Quentin Tarantino dirigido por Roberto Rodriguez, onde o faroeste dava lugar ao filme de terror com vampiros. Da mesma forma, esse longa de Jim O’Connolly começa como western e depois vira uma aventura fantástica com dinossauros.
A abertura de O Vale Proibido guarda as características típicas de um faroeste, já que a câmera passeia horizontalmente pelas paisagens desérticas e montanhosas do México. Porém, já dá uma dica de que fugirá do tradicional tema do velho oeste, ao encerrar esse trecho com uma mulher cigana com um olho cego rogando uma praga em um personagem que foge com um saco misterioso que carrega algum ser vivo.
Tuck Kirby, um personagem divertido
O ator James Franciscus garante a diversão da primeira metade do filme, com seu carismático personagem Tuck Kirby. Charmoso e malandro, ele reencontra uma antiga namorada, T.J. (Gila Golan), para tentar convencê-la a vender um touro de sua propriedade e ganhar uma comissão do comprador. Mas, como o Han Solo de Star Wars, ele se transformará no herói que salvará a todos quando surgir o perigo.
E o perigo vem na forma de criaturas pré-históricas que vivem num vale isolado pelas montanhas para onde Tuck, T.J. e o pai dela, e outros amigos se dirigem para tentar encontrar um pequeno equino, ancestral dos cavalos, que estava no rancho de T.J. e foi roubado. Os homens, porém, cheios de ganância, não querem apenas sobreviver aos dinossauros, mas explorá-los economicamente.
Por isso, capturam um alossauro e o exibem na arena de touros da cidade. E, como era de se esperar, a fera acabará escapando e ameaçará os moradores.
As criaturas do filme são animadas em stop motion por Ray Harryhausen, o maior mestre nessa especialidade. Ainda que hoje soem ultrapassados, seus bonecos ainda encantam porque transmitem a sensação de um trabalho artesanal, preparado minuciosamente com muita dedicação. E, de verdade, um dos problemas principais dessa técnica de efeitos visuais é a variação de tamanho das criaturas, dependendo da cena, e isso não é responsabilidade de Harryhausen, mas do diretor do filme.
Em suma, tendo esse charme de Harryhausen como um trunfo, O Vale Proibido é uma divertida aventura que mistura caubóis com dinossauros! Vale a pena ver.
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